CNBB lança documento com orientações para o eleitor

O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Geraldo Majella Agnelo, disse que ninguém está satisfeito com o cenário político brasileiro e que as eleições deste ano são uma ótima oportunidade de reprogramar o futuro.

Durante o lançamento de um documento preparado pela CNBB com recomendações sobre eleições de 2006, Agnelo manteve o tom das críticas que vem fazendo nos últimos dois meses ao governo. Afirmou que a situação enfrentada pelo País trouxe como conseqüência a perplexidade. "É preciso terminar com essa farsa. E o julgamento não pode ser feito apenas pelos tribunais, mas também pelo povo", afirmou.

Para ele, as eleições serão um instrumento importante "para que se proscreva atitudes que não são feitas para alcançar um bem comum, mas que procuram, sim, atender apenas grupos de seus interesses."

Na apresentação do documento Eleições 2006 – Orientações da CNBB, d. Agnelo afirma: "Após tantos escândalos de corrupção e malversação do dinheiro público, frente à decepção de muita gente e da perda de confiança nos políticos e nas instituições democráticas, bispos constatam também alguns sinais de resistência." O presidente da CNBB afirma que o momento é de se pensar num projeto de nação e que eleitores têm de discutir com candidatos o caminho a seguir.

No documento, a CNBB faz recomendações para eleitores sobre como escolher um candidato. Ao mesmo tempo, indica quais são os assuntos importantes para serem observados pelos candidatos. "Não indicamos partido A ou B", assegura. Indicamos apenas uma discussão em torno de temas que achamos fundamentais para a renovação da política", completa.

Na edição deste ano, a CNBB recomenda que eleitores tenham cuidado, por exemplo, com candidatos que exibem campanhas muito ricas. Algo que, afirma, pode ser um indício de que eles possam, no futuro, tentar recuperar, de alguma forma o investimento realizado. A CNBB pede ainda que população tenha cuidado com candidatos que prometem favores, acostumam mal o povo com "esmolas e promessas de benefícios imediatos."

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