CNA quer nome dos frigoríficos com carne não rastreada

O presidente do Fórum Nacional Permanente de Pecuária de Corte da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Antenor Nogueira, disse nesta quarta-feira (20) que o governo "tem a obrigação" de dizer o nome dos frigoríficos que exportaram carne não rastreada para a União Européia (UE). Na semana passada o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, admitiu, em audiência no Senado que o Brasil vendeu carne irregular aos europeus.

Nogueira também refutou uma declaração do ministro que disse ontem que a cadeia produtiva também é responsável pelas regras de certificação. "Se o pecuarista fez algo errado, foi incentivado a fazer", disse. Ele deu um exemplo que deve colocar mais lenha da fogueira na briga que envolve pecuaristas e frigoríficos no caso da rastreabilidade. "Se alguém rouba o seu toca-fitas é porque há um receptador", afirmou.

Nogueira cobrou do governo uma posição mais firme em relação às exigências da UE para compra de carne bovina. "O governo tem que assumir a sua função. Essa é a posição dele", argumentou sobre a possibilidade de o Brasil recorrer à Organização Mundial de Comércio (OMC) para questionar as regras impostas pela UE para a compra de carne brasileira.

O presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), José Olavo Mendes, disse após a reunião, que a intenção do governo é apresentar na próxima segunda-feira (dia 25) uma lista de propriedades aptas a exportar para a UE. "O governo deixou claro que não quer fechar a negociação com os europeus", disse.

Fontes da iniciativa privada disseram que representantes do governo teriam dito na reunião que a lista seria de 300 propriedades e que já teriam sido definidos os municípios que serão visitados pelos veterinários europeus a partir da próxima semana.

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