Câmara apura mortes de fiscais

Brasília – Sob o comando do presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), uma comissão de sete deputados vai hoje a Unaí (MG), a cerca de 160 quilômetros de Brasília, onde três fiscais e um motorista do Ministério do Trabalho foram executados na quarta-feira, quando faziam vistorias na zona rural da cidade. “Vamos ouvir os que podem ajudar a dar pistas, como o delegado do Trabalho na região, o representante da Secretaria de Segurança Pública de Minas, as testemunhas, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura, o Ministério Público local e o prefeito”, disse o deputado Eduardo Valverde (PT-RO), um dos integrantes da comissão da Câmara.

Ele é auditor licenciado do Ministério do Trabalho e já havia trabalhado com os mortos, todos eles da delegacia de Minas, em fiscalizações feitas no Pará. Valverde disse que a Câmara não participará das investigações, porque esse não é seu papel. Pretende dar o respaldo do Poder Legislativo ao trabalho da polícia.

“É o modo de registrar a indignação da Câmara. Vamos tentar mostrar para a sociedade que o mais importante é dar continuidade a esse trabalho que acaba com a escravidão”, disse o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP). “O Brasil não pode conviver com a prática do escravismo, retirada da nossa História há muitos anos”, afirmou ele. Em seguida, fez uma advertência: “É bom (os escravagistas) botarem as barbas de molho”.

O procurador-geral de Justiça de Minas Gerais, Nedens Ulisses Freire Vieira, designou também anteontem o coordenador do Centro Operacional de Combate ao Crime Organizado e de Investigação Criminal, André Estevão Ubaldino Pereira, para atuar na investigação do assassinato de três auditores e do motorista da Delegacia Regional do Trabalho.

O presidente interino, José Alencar, e os ministros Ricardo Berzoini (Trabalho) e Nilmário Miranda (Secretaria Especial de Direitos Humanos) foram ontem a Belo Horizonte para o velório dos quatro homens assassinados.

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