Brasileiro casa cada vez mais tarde

Os brasileiros estão se casando com idades médias mais altas, de acordo com o documento Estatísticas do Registro Civil, divulgado ontem pelo IBGE, com base em informações repassadas pelos cartórios de todo o País.

No ano passado, a idade média do casal no momento da união civil era de 27 anos para as mulheres e 30,4 anos para os homens. Uma década atrás, as idades médias eram de 24,2 anos para as mulheres e 28,1 anos para os homens. Estes números revelam que as mulheres permaneceram em média seis meses a mais na condição de solteiras, em relação aos homens.

Em todo o País, foram registrados no ano passado 807 mil casamentos civis, um número 7,7% maior do que o registrado em 2003. O IBGE atribui o crescimento do número de casamentos às chamadas cerimônias coletivas, promovidas por prefeituras e igrejas, com o objetivo de legalizar uniões consensuais.

Em termos absolutos, foi a maior marca observada nos últimos 10 anos, mas ao contrário do que os números podem sugerir, a taxa de nupcialidade, embora tenha crescido 5% no ano passado, ainda está bem abaixo dos índices registrados na primeira metade dos anos 1990.

O índice calculado pelo IBGE leva em conta o total de casamentos realizados no ano confrontado com o número de habitantes no mesmo período. Em 1994, o índice de casamento era de 7,2 por mil pessoas acima de 15 anos de idade. Permaneceu em queda até 1999, quando atingiu a marca de 6,6. Nos anos seguintes, houve novo período de redução, voltando a subir em 2003 (5,9) e em 2004, quando ficou em 6,2 casamentos por mil pessoas acima de 15 anos.

No ano passado, a maior incidência de nupcialidade feminina ocorreu na faixa etária de 20 a 24 anos (30%), enquanto nos homens a faixa etária de maior incidência foi entre 25 e 29 anos (31,5%). Em 86% das uniões, ambos os cônjuges estavam se casando pela primeira vez.

A pesquisa do IBGE junto aos cartórios destaca também uma alta taxa de crescimento no número de casamentos entre jovens abaixo de 20 anos: foram 148 mil no ano passado (18,8% do total de casamentos realizados no período), o que representa um aumento de 88% em relação a 2003.

Um detalhe que não chega a surpreender é o mês escolhido pelos noivos para o casamento: a exemplo do que vem ocorrendo há três décadas, dezembro, provavelmente por conta das férias e do 13º salário, continua liderando as estatísticas nupciais. No ano passado foram 105 mil casamentos em dezembro, número três vezes maior que as uniões celebradas em agosto, o mês de menor preferência entre os noivos, segundo as estatísticas do IBGE.

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