Brasil passa a enriquecer urânio

Brasília (AE) – Após sucessivos adiamentos, a fábrica de enriquecimento de urânio das Indústrias Nucleares do Brasil (INB) será inaugurada amanhã, pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende. As novas instalações colocam o Brasil no seleto grupo de países que detêm a tecnologia para enriquecer urânio em escala comercial para ser usado como combustível em usinas nucleares e gerar energia elétrica.

A fábrica, em Resende, no sul fluminense, foi alvo de longa disputa entre a Agência Internacional de Energia Atômica (AEIA) e o governo federal. A agência – ligada às Organizações das Nações Unidas – exigia acesso irrestrito às ultracentrífugas de enriquecimento, desenvolvidas no Brasil. Depois de negociações, ficou acertado que os fiscais teriam visibilidade maior do equipamento, que promete ser mais econômico e mais eficaz do que os tradicionais, sem comprometer segredos industriais.

O enriquecimento do urânio corresponde à fase mais cara da produção do elemento combustível que alimenta as usinas de Angra 1 e 2. Quando a primeira etapa do projeto estiver concluída, será possível enriquecer 60% do urânio necessário para produzir o combustível que abastecerá as usinas de Angra – o que representará economia de US$ 12 milhões.

O que está pronto até o momento corresponde ao primeiro conjunto de máquinas (cascatas, no jargão técnico) do primeiro módulo. Esse primeiro módulo terá outras três cascatas. Ao todo, a fábrica terá quatro módulos – os demais, com duas cascatas cada. Nas instalações de Resende já funcionam os processos de reconversão, fabricação de pastilhas, além da montagem dos elementos combustíveis.

Desde o ano passado, a fábrica de enriquecimento opera em fase de testes, chamada de comissionamento. A unidade recebeu autorização para enriquecer 800 toneladas de urânio, o que já foi concluído. Esse urânio já será usado na fabricação de elemento combustível para as usinas. Para abastecer Angra 1 é necessário enriquecer 17 toneladas de urânio. Para Angra 2, 28 toneladas.

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