Brasil faz uma revolução em sua política externa

Madri – O Brasil está à frente da integração da América do Sul, mas reduz o nível de confronto com os países do norte rico. Elogia repetidamente em público o presidente argentino, Nestor Kirchner, e suas políticas, enquanto as empresas argentinas se queixam de uma concorrência feroz por parte do Brasil. Pede a democratização do Conselho de Segurança da ONU e ao mesmo tempo exige um cargo permanente nesse conselho. Aparece como mediador em conflitos latino-americanos e assina uma aliança estratégica – incluindo a venda de armas – com a Venezuela de Hugo Chávez.

Segundo o principal jornal espanhol, El País, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se revelou um hábil diplomata, apesar de alguns acharem que não passa de um político que tenta contentar a todos. Em todo caso, com o ministro Celso Amorim colocou a diplomacia brasileira em uma posição de preponderância, longe da incerteza e do possível radicalismo que se temiam antes de sua chegada ao poder.

Dentro do Brasil algumas vozes advertem que o mérito não é do presidente, e sim de um eficaz serviço diplomático. "Há certas constantes na política exterior brasileira, e a prática de sua elaboração e execução vem do Itamaraty ?(Ministério das Relações Exteriores)?, aponta José Botafogo Gonçalves, presidente do Centro Brasileiro de Relações Internacionais, com sede no Rio de Janeiro.

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