Brasília – Brasil, Índia e África do Sul, três dos maiores expoentes do mundo em desenvolvimento, deram ontem o primeiro passo para a criação do Grupo dos Três (G3), para fugir à hegemonia dos países industrializados, em particular, na Organização Mundial do Comércio (OMC). Os chanceleres dos três países – Celso Amorim (Brasil), Yashwant Sinha (Índia) e Nkosazana Dlamini-Zuma (África do Sul) – reuniram-se ontem, em Brasília, para pôr em prática uma das prioridades em política externa do governo Luiz Inácio Lula da Silva: a aproximação com os maiores países emergentes.
Essa reunião tem o propósito “de reunir três países do Sul que aprofundaram sua democracia e a cooperação, emergem com um potencial de desenvolvimento e crescimento próprios e aspiram a ter uma voz internacional”, declarou por sua vez o subsecretário-geral de Assuntos Políticos da Chancelaria, o embaixador Gilberto Saboia. O chanceler indiano disse que “espera que a reunião se converta numa cooperação sul-sul que sirva de modelo para o resto do mundo em desenvolvimento.” “Não é uma coalizão contra ninguém, mas uma cooperação entre nós”, explicou Sinha.