Beira -Mar e Elias Maluco são intermediários no crime organizado

Bandidos como Fernandinho Beira-Mar e Elias Maluco não são os responsáveis pelo crime organizado, disse hoje o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Alberto Cardoso, se declarando preocupado com as declaraçõesde alguns candidatos que os citam. ?Eles são de um nível intermediário. O crime organizado está lá em cima. Os responsáveis são os que lavam dinheiro, financiando os gerentes de drogas e os compradores de armas?, afirmou o general, se referindo aos dois traficantes como ?gerentes de drogas?.

Para combater o crime organizado, de acordo com o general Cardoso, é preciso continuar fortalecendo o núcleo básico de inteligência financeira do governo, que é integrado pelo Coafi, Receita Federal, o Departamento de Ilícitos Financeiros e Cambiais do Banco Central e o setor que atua contra fraudes na Previdência Social. Esses órgãos é que combatem a lavagem de dinheiro. De acordo com o general, os que lavam dinheiro são os mesmos que atuam na corrupção de agentes do Estado.

?Me preocupa quando eu vejo, nos programas eleitorais, candidatos citarem esse nível intermediário como sendo crime organizado. O crime organizado é comandando por aqueles que precisam ter permanência e para ter essa permanência, precisam uma aparência de legalidade e para isso precisam lavar dinheiro.? De acordo com Cardoso, os mentores do crime organizado são os que lavam dinheiro, financiam os gerentes para a compra de armas e drogas, dinheiro esse que é devolvido em dobro aos grandes chefes.

As declarações foram no final da palestra, no seminário ?Segurança na Informação?, no anexo do Palácio do Planalto. O general defendeu que todos os setores do governo passem a ter mais preocupação com a segurança da informação. Lembrou que não fazem parte da cultura brasileira preocupações com a segurança e proteção ao conhecimento, mas é preciso mudar esse conceito. Segundo ele, além dos próprios inventores, os órgãos que produzem conhecimento, como a Embrapa, deveriam estar atentos a isso.

?Não temos levantamentos sobre os setores que estão vulneráveis, mas sabemos que setores como a Embrapa são mais assediados e podem se tornar alvos?, disse.

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