Ataques a Lula começam a dar resultados a Serra

São Paulo

– O tracking do Datafolha apurou ontem que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) oscilou de 41% para 39%, enquanto José Serra (PSDB) ficou estável em 24%. O tracking é uma média móvel, que leva em conta não apenas a última pesquisa, feita após os ataques de Serra, mas também a anterior, quando Lula ainda estava subindo. Isso significa que esta oscilação de Lula, na última pesquisa, foi maior do que dois pontos, foi provavelmente uma queda de quatro pontos.

Mas ainda é cedo para se dizer se de fato a candidatura de Lula sofreu um baque. Nesta sexta-feira haverá a divulgação de uma nova pesquisa Ibope, encomendada pela CNI. No entanto, um quadro mais claro deverá aparecer na pesquisa Datafolha que será divulgada neste final de semana, e na pesquisa Ibope que sai no começo da próxima semana.

Um outro indício de que os ataques estão funcionando estariam em pesquisas qualitativas do PSDB, mostrando que o eleitorado aprova a tática dos ataques ao PT no horário eleitoral. O comando tucano projeta cenário otimista de segundo turno garantido nas pesquisas da semana que vem. “Vamos reduzir a diferença entre Serra e Lula em cinco pontos percentuais”, previu o presidente nacional do PSDB, José Aníbal, em conversa com a cúpula tucana. O cientista político Antonio Lavareda projetou Serra com 24% das intenções de voto em 6 de outubro.

Mas não é só a perspectiva de queda de Lula nas pesquisas que alegra os tucanos. Os estrategistas da campanha comemoram, sobretudo, o fato de Ciro Gomes (PPS) e Anthony Garotinho (PSB) terem encampado a tática dos ataques a Lula e ao PT. Avaliam que isto demonstra a disposição de ambos de se manterem no jogo sucessório, afastando, por hora, o fantasma da renúncia que podia dar vitória a Lula no primeiro turno.

O bombardeio sobre Lula, que agora passa a sofrer ataques dos três adversários, é útil para tirar Serra da linha de fogo, o que embala as projeções favoráveis dos mais otimistas. José Aníbal, por exemplo, prevê ligeiro crescimento de Serra nos próximos dias, acompanhado de uma queda de Lula. O ataque coletivo ao petista também reforça a tática tucana de desgastar o adversário ao máximo, para que chegue enfraquecido ao segundo turno. “Nosso esforço é para garantir o segundo turno e deixar que Lula chegue em declínio na disputa”, resume Lavareda. Ele avalia que o primeiro sinal positivo da ofensiva tucana apareceu no rastreamento telefônico feito pelo Datafolha, dando conta de que Lula caiu dois pontos na preferência dos eleitores (de 41% para 39%), confirmando as pesquisas internas do PSDB.

O site de Lula colocou no ar, ontem, um editorial classificando, indiretamente, os adversários tucanos de “urubus gordos”. A reação petista mostra que os golpes foram sentidos. O editorial diz que “nenhum ataque ficará sem resposta”, mas, ao mesmo tempo, rejeita a “baixaria” da campanha. “É preciso ter cabeça fria, coração quente e os pés no chão para não entrar nas provocações dos urubus gordos travestidos de outras aves que querem mais uma vez adiar o amanhã”, diz o editorial.

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