O relatório publicado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na terça-feira (23) revelou que 40 das 41 marcas de suplementos alimentares de creatina apresentaram inconsistências nos rótulos dos produtos. A pesquisa foi realizada no segundo semestre de 2024 e analisou embalagens de 300 gramas das marcas mais comercializadas no país.
De acordo com o órgão, as inconsistências referem-se a erros de informação, como tabelas nutricionais fora do padrão, ausência da recomendação de frequência de consumo ou alegações incorretas sobre os efeitos do produto.
Apesar das irregularidades, os produtos não representam risco à saúde. As inconsistências foram notificadas aos fabricantes, que deverão corrigir as informações para atender aos requisitos estabelecidos pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) nº 843/2024 e pela Instrução Normativa (IN) nº 281/2024.
Teor de creatina é regular na maioria dos produtos, analisa Anvisa
Além da verificação dos rótulos, a Anvisa também analisou o teor de creatina e a presença de matérias estranhas nos suplementos. Dos 41 produtos avaliados, apenas uma marca apresentou teor de creatina inferior ao permitido. Ou seja, abaixo do limite de variação de 20% em relação ao valor declarado no rótulo.
Em comparação com estudos anteriores, a hipótese é de que a autorregulação do mercado entre 2022 e 2024 tenha contribuído para que os fabricantes ajustassem a conformidade dos produtos. Nenhuma das marcas apresentou presença de matérias estranhas na composição.
O único produto a atender satisfatoriamente aos critérios da pesquisa foi a Creatine Monohydrate – 100% Pure, da marca Atlhetica Nutrition, fabricada pela Ads Laboratório Nutricional Ltda. Já a única marca com irregularidade no teor de creatina está em processo de análise e de apuração pelo órgão. Por isso não teve o nome divulgado.
Confira a lista dos produtos que passaram pela análise
Metodologia da pesquisa da Anvisa
As 29 empresas responsáveis pelos 41 produtos analisados atuam em diferentes regiões do país. As amostras, oriundas dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina, Paraná e Espírito Santo, foram analisadas no laboratório do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS), da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
As amostras foram coletadas em triplicata pelas vigilâncias sanitárias locais, garantindo a reprodutibilidade dos resultados, conforme os procedimentos de análise fiscal previstos na Lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977.
