Alunos da Unifesp tentam ocupar reitoria e vão parar na delegacia

Estudantes da unidade de Guarulhos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) ocuparam o prédio da reitoria da instituição, na zona sul da capital paulista, por volta da 1 hora deste sábado (14). A Polícia Militar cercou o prédio e conseguiu retirar os 46 estudantes do local ainda na madrugada Eles foram encaminhados para a 16º Distrito Policial, na Vila Clementino, onde prestaram depoimento e foram liberados às 6 horas.

Segundo o Diretório Central de Estudantes (DCE), que não participou da ocupação, os universitários protestavam contra o reitor Ulysses Fagundes Neto, por uso indevido de cartões corporativos. Na quarta-feira (11), o reitor admitiu ter feito gastos indevidos de janeiro de 2006 a março deste ano, mas disse que já devolveu o dinheiro. Na quinta-feira (12), uma assembléia de alunos de todos as unidades da Unifesp votou a favor da saída de Fagundes Neto e contra uma ocupação da reitoria.

TRUCULÊNCIA 

Neste sábado (14), o coordenador de assistência estudantil do DCE, Bruno Ferreira de Souza, contou que, ao saber da ocupação, um grupo de dez estudantes do diretório foi até a reitoria e tentou dialogar com a PM, mas foi recebido com truculência e spray de pimenta. Souza confirmou que o protesto foi feito sem o conhecimento do DCE, mas explicou que mesmo assim prestará solidariedade aos estudantes presos e vai ajudá-los se a universidade tomar alguma decisão que os prejudique.

A assessoria da Unifesp divulgou uma nota de repúdio à ocupação, chamando-a de ilegal e comunicando que adotará as medidas administrativas cabíveis. Segundo o texto, os alunos estavam encapuzados e armados com barras de ferro, chaves de ferro e marretas. A nota ainda acusa os estudantes de erguerem barricadas, agredirem quatro seguranças e quebrarem móveis, vidros, portas e telefones, conseguindo alcançar o 3º andar do edifício. Explica que só foram impedidos de chegar até a reitoria (que fica no 5º andar) pela intervenção da PM.

Os estudantes podem ser intimados a depor na Polícia Federal, já que o prédio pertence à União, e acusados de danos ao patrimônio público. Agentes da PF fizeram a perícia do local.

Colaborou Gilberto Almendola

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