A situação voltou a se complicar nos principais aeroportos do país, ontem, assim como foi ao longo do fim de semana. O presidente da Infraero (Empresa Brasileira de Infra-estrutura Aeroportuária), brigadeiro José Carlos Pereira, reconheceu que da meia-noite de domingo até às 19h30 de ontem foram registrados ?seiscentos e vinte e poucos? vôos atrasados nos aeroportos do país. ?Um diretor da Infraero passou o diabo para chegar a Brasília?, afirmou.
O brigadeiro disse esperar que o brasileiro possa viajar tranqüilo no próximo feriado e lembrou que o esquema de emergência, montado na volta do feriado de finados, deu bom resultado. Ainda ontem, ele participou de uma reunião de emergência no Palácio do Planalto, com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e o ministro da Defesa, Waldir Pires, para avaliar os motivos dos novos atrasos de vôos nos principais aeroportos do país. A Casa Civil da Presidência da República determinou que se adotem ?todas as medidas necessárias para sanar, no menor espaço de tempo, o problema do atraso nos horários dos vôos nos aeroportos brasileiros?.
Dos 1.487 vôos programados para ontem no País, 42,3% registraram atrasos superiores a 15 minutos. Os maiores atrasos foram de uma hora a uma hora e 30 minutos. A estatal explica que, nessa avaliação, foram levados em conta somente os vôos das companhias aéreas regulares, que não incluem aviões de pequeno porte nem os fretados. A empresa ressaltou que os atrasos podem ocorrer por diversos motivos, ?sejam problemas no tráfego aéreo, meteorológicos, ou técnicos (da própria companhia aérea)?.
Na avaliação da Infraero, o grande número de atrasos se deve a um ?efeito cascata? que ocorreu a partir dos primeiros casos. Domingo, por exemplo, a origem dos problemas estava nos aeroportos de São Paulo – Congonhas e Guarulhos – e em Belo Horizonte. O brigadeiro disse não ter detalhes das causas dos atrasos, já que o controle de tráfego aéreo é de responsabilidade do Comando da Aeronáutica.
Os vôos atrasados remetem à mesma situação vivida há duas semanas, com a greve branca dos controladores. A operação-padrão adotada aumentou o espaçamento de decolagens e pousos, de uma média de 3 a 5 minutos, para 20 minutos ou até mesmo uma hora. Depois de um período estável na semana passada, passageiros continuam passando por momentos de estresse nos aeroportos. Com a proximidade do feriado de amanhã, os transtornos podem ser ainda maiores, em razão do aumento de passageiros.