Acusado de favorecimento, empresário nega amizade com Denise Abreu

Acusado pelo ex-presidente da Infraero José Carlos Pereira de ter sido favorecido pela diretora da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Denise Abreu, o empresário Carlos Ernesto Campos negou ter amizade e contatos na agência para conseguir que parte das cargas dos terminais de Cumbica e Viracopos fosse transferida para Ribeirão Preto, no interior paulista, onde está sediada sua empresa, a Tead (Terminais Aduaneiros do Brasil). "Não conheço a Denise. Só a vi algumas vezes em situações coletivas", afirmou nesta quarta-feira (22) em depoimento à CPI do Apagão Aéreo, no Senado.

Apesar de negar amizade com a diretora da Anac, Carlos Ernesto disse ter tido o primeiro contato com Denise Abreu na época em que ela trabalhou na Secretaria da Saúde, no governo de Mário Covas (1995-2001). Para o relator da comissão, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), isso mostra que os dois são conhecidos. "Ele se lembra até de quando teve o primeiro contato com ela, ainda no governo Covas. A Denise é uma mitômana", afirmou.

O empresário disse que Denise nunca fez lobby a seu favor e que não atua no setor de aviação, mas sim no armazenamento de mercadorias aduanas. "O que eu tenho é concessão em área primária para tirar mercadoria do avião e colocar no armazém para inspeção dos órgãos competentes. E permissão para do armazém, depois da inspeção, colocar as mercadorias nos aviões de qualquer companhia aérea", disse Carlos Ernesto.

Ele confirmou que participou de licitação com vistas à expansão do aeroporto e que, como empresário do setor privado, torce para que as obras tenham início em Ribeirão Preto. O Aeroporto de Ribeirão Preto foi internacionalizado em 2003. "Ganhei a licitação e estou doido para a obra começar. Até agora só tive prejuízo", afirmou. Segundo ele, seus prejuízos devem chegar a até R$ 3 milhões em razão de as obras estarem paradas. Apesar da situação, disse nunca ter reclamado do atraso com nenhuma autoridade ou órgão competente. Ao final do depoimento, colocou seus sigilos (bancário, fiscal e telefônico) à disposição da CPI.

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