Abordagem de família de possíveis doadores de ossos pode ser constrangedora

O diretor do Banco de Ossos do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), Marco Bernardo Cury, afirma que a abordagem de uma família para um tipo de doação do qual ela nunca ouviu falar pode ser "constrangedora".

O Banco de Ossos do Into é a única instituição pública desse tipo no Brasil e, embora capacitado para duas captações diárias de tecido ósseo, que poderiam atender 60 pacientes, enfrenta dificuldades para encontrar doadores.

A princípio, as famílias imaginam que o corpo do doador vai ficar deformado depois da captação do tecido ósseo, diz o médico Ele garante, entretanto, que isso não acontece, já que são feitas recomposições e reconstruções. É imperceptível que aquela pessoa foi uma doadora. Somente podemos retirar segmentos ósseos que podemos reconstituir de forma a manter a integralidade do corpo.

Além disso, lembra Cury, são poucas as ilegalidades que podem levar um médico cadeia de forma tão rápida quanto a não-reconstrução do tecido ósseo de um doador. O corpo do doador é reconstruído com material artificial, e não se consegue notar que aquela pessoa doou osso, porque ele é reconstruído de forma anatômica, de maneira a ficar exatamente como era antes da retirada do tecido ósseo.

De acordo com a Portaria 1686/2002 do Ministério da Saúde, ao remover os tecidos músculo-esqueléticos, fica obrigado a providenciar a adequada reconstituição da forma física do doador Não é feita retirada de ossos da face, mas somente de membros superiores e inferiores, como o fêmur, o ilíaco (da bacia) e dos braços (úmero).

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