Brasil tem três zonas cegas aéreas, diz brigadeiro

Contrariando o que disse o ministro da Defesa, Waldir Pires, e o comandante da Aeronáutica, brigadeiro Luiz Carlos Bueno, há pelo menos três zonas cegas no país: no sul do Maranhão, Sudoeste de Roraima e norte do Amapá. A confirmação foi dada pelo chefe do setor técnico do DECEA – Departamento de Controle do Espaço Aéreo, brigadeiro Álvaro Pinheiro Luiz da Costa, que prefere chamar as áreas de "pontos sem cobertura radar". O brigadeiro garante, no entanto, que este três pontos são "desprezíveis" em relação ao espaço aéreo que é coberto por radares no País. Hoje, no entanto, o comandante da Aeronáutica disse, desta vez a procuradores federais e estaduais, em uma reunião em Brasília, que não há buraco negro no espaço aéreo.

Em relação à região da Serra do Cachimbo, local onde ocorreu o choque entre o Boeing da Gol e o Legacy, no dia 29 de setembro, o brigadeiro Álvaro Pinheiro insiste que não há zona cega. Ao contrário, assegura que a área é coberta por três radares que se sobrepõem, que estão localizados em Cachimbo, São Félix e Sinop. Nos três locais há radares secundários, segundo o brigadeiro, sendo que em Sinop, há ainda um outro radar tridimensional. Na Amazônia como um todo, segundo o brigadeiro Pinheiro, há 25 radares de longo alcance. No Brasil inteiro são cerca de 160.

Quanto aos locais onde o brigadeiro Pinheiro informa que há os pontos cegos, ele esclarece ainda que há segurança de vôo, feita por meio de comunicações. "É como nos oceanos", justificou ele, que não há radares, mas há segurança de vôo; Ele explicou ainda que os aviões, quando passam por estes setores, são controlados por comunicações via rádio, absolutamente seguras. "Não ter cobertura radar não quer dizer falta de segurança, porque você tem cobertura convencional", declarou ele, acentuando que "não tem nenhum registro de problemas nesta área, que é de baixo volume de tráfego aéreo".

"A gente prioriza as áreas de grande densidade de tráfego aéreo" comentou ele, ao explicar os motivos que levaram estas três zonas a ficares descobertas. "As comunicações ali são suficientes, insistiu ele, informando que , no caso do sul do Maranhã já há estudos para implantação de radares na área, mas não precisou quando.

Falta Controlador

O brigadeiro Pinheiro reconheceu, no entanto, que o maior problema do sistema é a falta de controladores. "Problema hoje é que falta controlador. Com o acidente, saíram 10 controladores e mais dez também por problema médicos. Ou seja, o sistema perdeu mais de 10% de sua força e aí a capacidade que o centro brasília podia operar caiu pela metade", afirmou o brigadeiro, que acredita que os problemas continuarão ainda neste final de mês, quando os controladores estarão atingindo a carga máxima de 156 horas e não poderão trabalhar. No início do mês, eles serão novamente liberados e, até 10 de dezembro, de acordo com o brigadeiro, as coisas voltarão à situação de antes do acidente, porque os afastados retornarão e os que estão em treinamento, estarão aptos ao trabalho.

Mas, tranqüilidade para operar o sistema com folga, "só no meio do ano que vem". Segundo ele, isso acontecerá quando o Cindacta-1 receber os 80 novos controladores que estão em treinamento.

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