Brasil é capaz de resistir a choques, diz diretor do Banco Central

O início do período de aversão a risco em junho e as reações dos indicadores brasileiros comprovaram que tem havido um aumento da capacidade da economia brasileira a resistir a choques, segundo o diretor de Política Econômica do Banco Central, Afonso Bevilaqua.

"O que era uma suspeita nos últimos anos se confirmou", disse o diretor, ao abrir o 8º Seminário de Metas para Inflação, na sede da instituição no Rio. De acordo com ele, o movimento de aversão ao risco foi mais sentido nos títulos indexados a preços, como as NTN-B (Notas do Tesouro Nacional Série B), "que ainda tem baixa liquidez".

Ele voltou a afirmar que, a partir de 2004, o mercado passou a prever com maior precisão as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom). Segundo o diretor, "os bons resultados" no combate à inflação vêm não só da política monetária, mas também "da mudança significativa na política fiscal" desde o fim dos anos 90 e do câmbio flutuante.

Bevilaqua defendeu o regime de câmbio flutuante (oscila sem a intervenção do governo), que "tem funcionado como se esperava que funcionasse em nosso País: como mecanismo de absorção de choques". Na ocorrência de choques, a moeda local se desvaloriza "quando as coisas melhoraram, ele se aprecia", afirmou.

Ele observou que houve um grande aumento das exportações nos últimos anos, o que contribui para a valorização do câmbio. "De janeiro de 2004 para cá, o Banco Central já adquiriu US$ 40 bilhões em reservas". Bevilaqua também observou que o prêmio de risco Brasil diminuiu em relação à media dos países emergentes.

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