Boas perspectivas de mercado para o morango

O preço de R$ 8,00 a caixa de morango, com quatro cumbucas totalizando 1,6 kg, neste início de safra está fazendo a festa da rentabilidade do chacareiro londrinense Aílton Carneiro, 43 anos, que fornece sua produção para o mercado consumidor local e, principalmente, para os clientes visitantes da Chácara Carneiro, no sistema de colha e pague.

Pioneiro na atividade, com experiência de 21 anos no cultivo do morango na periferia de Londrina, Carneiro é entusiasta e se considera especialista de tanto praticar e difundir novas tecnologias visando sempre aumentar seu lucro, mesmo com investimentos elevados, ?algo em torno de R$ 40 mil por hectare se fosse implantar agora nova área?.

Na sua chácara de 12 mil metros quadrados, além de produzir mudas de olerícolas em estufas e fornecer em bandejas de isopor, manter área de moradia, barracão e estacionamento para atendimento dos clientes, Carneiro inovou na condução de oito mil plantas de morango. Procura obter, durante a safra a média de mais de um quilo de fruto por planta, receber durante cinco meses os seus tradicionais compradores.

Para manter frutos grandes, bonitos, saborosos e mais limpos de agrotóxicos, ele utiliza rotação de cultura mudando anualmente a área de cultivo, faz adubação verde visando ao aumento de matéria orgânica do solo. Cobre os canteiros com plástico branco que reflete os raios solares, reduzindo o aquecimento dos frutos e também evitando entrada de ervas daninhas, refresca o ambiente segura a umidade do solo sem problemas de criar focos de doenças nas folhas. Aplica a ferti-irrigação por gotejamento e pela adoção de técnicas de manejo de pragas e também procura reduzir bem o uso de agrotóxicos.

Segundo o engenheiro agrônomo Élcio Félix Rampazzo, responsável pelo programa de fruticultura do instituto estadual de extensão rural Emater, vinculado à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, a vantagem obtida por Carneiro vem do seu alto grau de profissionalização, necessário porque a cultura do morango exige domínio de tecnologia de produção.

Outra vantagem apontada pelo extensionista em relação ao chacareiro é a localização geográfica da área de produção, dentro do grande centro consumidor de Londrina. embora no transcurso até o pico da safra o quilo do morango pode variar de R$ 7, 00 até R$ 4,00?, assegura Rampazzo.

No Paraná são aproximadamente 400 hectares de morango produzindo em média 15 mil toneladas, com a Região Metropolitana de Curitiba respondendo em 50% desse total. O Norte Velho produz 25%, integrando os municípios de Jaboti, Pinhalão, Tomazina e Salto do Itararé. Os restantes 25% estão nas regiões de Londrina, Maringá, Ivaiporã, Apucarana, Campo Mourão, Umuarama e Cascavel.

A importância do morango na diversificação agrícola da propriedade familiar é muito grande, afirma Rampazzo, ?porque promove um bom período de renda quase diária, ocupa a mão-de-obra da família e é mais um bom negócio no campo, graças à diversidade de aproveitamento do fruto, pelo processamento em lácteos, panificação, geléias e sucos?. 

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