Triciclo oferece independência para os cadeirantes

Diferente das adaptações feitas nos automóveis convencionais para que o portador de necessidade especial possa dirigir, o triciclo Biga foi desenvolvido para o segmento, mais precisamente para os cadeirantes.

Sua grande vantagem, do ponto de vista do próprio usuário, é que o banco do motorista é a cadeira de rodas. O usuário entra e sai sem dificuldade, auxiliado por uma rampa. Então, é só dar a partida.

A idéia surgiu numa conversa de bar. “Eu e meu sócio sempre gostamos de moto e, um dia, numa mesa de bar, meu sócio fez o desenho. Então fizemos um protótipo e o veículo foi melhorando, até chegar ao que é hoje”, conta o advogado Paulo Tadeu de Barros Mainardi Nagato, referindo-se ao amigo Oraci Silva da Costa, professor de mecânica industrial do Senai, em Mato Grosso do Sul, por 35 anos.

Os dois sócios, que não têm nenhum familiar com necessidade especial, trabalharam quatro anos no projeto, até conseguir, inclusive, a homologação pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), com o registro do veículo como triciclo Biga.

Montaram uma fábrica, hoje com capacidade para produzir 10 Bigas por mês. A inspiração veio das motocicletas e grande parte das peças é de Honda Biz ou Titan. O sistema de partida é elétrico e o motor, a gasolina.

Dirigir é simples. Tão logo a cadeira esteja corretamente posicionada, a rampa se eleva e trava a cadeira na Biga. Semelhante ao sistema das motocicletas, a partida se dá pela chave na ignição, auxiliada por um botão.

O motor só é ligado se o câmbio estiver no ponto morto e a rampa, travada. O veículo tem três marchas, além da ré, e a alavanca fica à mão, no canto esquerdo do triciclo.

Acelerador e freio também são manuais. Atrás do guidão esquerdo fica, ainda, outra trava que funciona como freio de estacionamento. O acesso ao tanque é fácil (o bocal de abastecimento fica próximo ao guidão, na parte central do triciclo).

Como a Biga ainda não é equipada com marcador de combustível, que está sendo providenciado, recomenda o fabricante que o triciclo seja abastecido de dois em dois dias.

Na forma da lei (CTB), o condutor deverá ter habilitação na categoria A (veículos de duas ou três rodas), uma vez que se trata de um triciclo, no caso, com uma roda dianteira e duas traseiras. E o uso do capacete é obrigatório. Desde o início de fabricação foram entregues nove Bigas em todo o Brasil. O triciclo Biga custa R$ 15 mil.

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