O Salão de Buenos Aires ainda está longe de exibir o mesmo status que o de São Paulo conquistou ao longo dos seus mais de 50 anos de história. Afinal, a mostra argentina celebrará apenas a sexta edição entre os dias 20 e 30 de junho. A curta trajetória também é cheia de percalços. Começou como bienal em 1998, foi reeditado em 2000, mas teve um buraco na organização até 2005. Em 2009 foi cancelado por conta da crise financeira mundial. No último evento, em 2011, sofreu também com as cinzas do vulcão chileno Puyehue, que fecharam o espaço aéreo do país vizinho na época da realização, afastando muitos visitantes e jornalistas estrangeiros, inclusive os da imprensa brasileira.
Obedecendo a regra do rodízio com o salão paulista, tal qual acontece com as mostras europeias de Paris e Frankfurt, o Salão de Buenos Aires este ano deve superar a marca de 560 mil visitantes da edição passada. Para tanto, são aguardados lançamentos e novidades importantes para o mercado sul-americano, muitos deles destinados também ao Brasil.
Confira o que virá para o mercado nacional:
Citroën C4L
Fabricado em El Palomar, na Grande Buenos Aires, e distribuído para toda a América Latina, o C4 já está na segunda geração e atende pelo nome de C4 Lounge ou C4L. Apresentado no Salão de Paris em 2012, o sedã é bem mais moderno que o antecessor C4 Pallas, aposentado recentemente depois de seis anos de mercado. O desembarque por aqui está previsto para setembro deste ano, com preços a partir de R$ 63 mil. Os motores serão o 2.0 Flex e o 1.6 THP, com 151 cv e 165 cv, respectivamente.
Nissan Altima
Sucesso nos Estados Unidos, o sedã de luxo japonês não é novidade no Brasil, apesar de ainda não ter estreado o que deve ocorrer até julho. A quinta geração do carro foi destaque da Nissan no Salão de São Paulo no ano passado e virá do México para disputar mercado com Ford Fusion, Volkswagen Passat e Hyundai Sonata. Chegará em quatro versões (SV, SL, SE e Unique), sendo todas com o motor 2.5, de 185 cv, acoplado a um câmbio CVT.
Citroën DS3 Cabrio
A versão sem teto do DS3 será lançada na Argentina no segundo semestre e deve também mirar o Brasil, apesar de a marca não confirmar o lançamento no mercado nacional, que já conta com outros três membros da linha DS: o próprio DS3, o DS4 e o DS5. A capota retrátil é de lona e o teto pode ser rebatido através de comandos elétricos. A Citroën exibirá ainda a versão híbrida do DS5, que entrega 200 cv e promete rodar 100 km com apenas 3,8 litros de gasolina.
Fiat 500L
A presença da minivan 500L em Buenos Aires é o carimbo de entrada que faltava para o mercado brasileiro. A versão tamanho-família de cinco lugares, baseada no hatch compacto, está cotada para sair da futura fábrica da Fiat, em Goiana (PE). Se concretizar, teria preço para encarar Nissan Livina, Chevrolet Spin e Honda Fit. Fala-se, porém, que ao invés da 500L, a Fiat estaria pensando em trazer o 500X, um crossover com aptidão para duelar com EcoSport e Duster.
Chevrolet Tracker
A vinda oficializada do Trax para o mercado argentino confirma a possível estreia do jipinho também no Brasil. Inclusive, a mudança do nome para Tracker, como será chamado no país vizinho, foi um pedido da Chevrolet brasileira. Chegará por aqui via México provavelmente até o fim deste ano, equipado com motor 1.8 Ecotec, já adotado pelo Cruze, associado à transmissão automática de seis velocidades ou à manual de cinco. Brigará com Renault Duster e Ford EcoSport.
Peugeot 208 GTI
A versão apimentada do compacto francês será a estrela da marca na Argentina. Pode acabar em solo brasileiro, porém um pouco mais manso do que o motor europeu de 200 cv: o propulsor 1.6 THP (turbo) entregaria 165 cv, ficando igual a outros modelos topo de linha da Peugeot, o que facilitaria a sua rápida homologação no país. O 208 GTi seria vendido em versão única (duas portas) e com preços girando entre R$ 70 mil e R$ 80 mil, mesma faixa do Citroën DS3 (R$ 79,9 mil).
Ford Focus
A terceira geração do carro chega credenciada com o título de o modelo mais vendido no mundo em 2012. O Focus também tem cidadania argentina, uma vez que é fabricado em Pacheco e de lá sairá para o mercado brasileiro no fim deste ano. As carrocerias hatch e sedã virão equipadas com versões evoluídas dos atuais motores Sigma 1.6 e 2.0 o primeiro gerando acima dos 130 cv que hoje são obtidos pelo mesmo propulsor do recém-lançado New Fiesta e a opção mais forte produzindo 160 cv.