Renault-Nissan quer 10% do mercado brasileiro

Conhecido mundialmente por falar o que pensa, algo atípico no meio empresarial, o presidente e CEO do Grupo Renault-Nissan, Carlos Ghosn, deu provas disso em discurso aos jornalistas que acompanhavam a apresentação do Logan 2.011, na Bahia.

Ghosn discordou da opinião apresentada horas antes pelo vice-presidente da Renault do Brasil, Christian Pouillaude, que anunciou estar satisfeito com aumento de 40% nas vendas da empresa no País, retomada da quinta posição entre as montadoras e participação na casa dos 5%. O presidente global foi direto: “Não vejo razão para a Renault não ser a terceira ou quarta montadora no Brasil”.

A Renault foi a primeira das novas montadoras a produzir um carro no Brasil, a minivan Scénic, em 1.998. Foi durante algum tempo a quinta montadora brasileira, logo atrás da Ford, mas depois perdeu participação, iniciando uma recuperação somente com a chegada do Logan, em 2.007.

Para ele, 2.010 será um ano de recuperação, com crescimento em torno de 3%, mas um crescimento desigual. Acha que Estados Unidos, Ásia, Oriente Médio e Brasil vão crescer, mas a Europa vai ter uma queda de vendas de 10% em relação ao prejudicado mercado do ano passado: Para a Europa a crise só vai acabar em 2.011.

O presidente da aliança Renault Nissan, brasileiro de 56 anos, um dos maiores expoentes da indústria automobilística mundial, acha que o Brasil vai continuar a ter um crescimento regular, embora não necessariamente linear: “Poderá haver uma retração no meio do caminho, mas não tenho dúvidas que o crescimento do mercado brasileiro é sustentável”. Hoje o Brasil tem 150 carros para cada 1.000 habitantes.

Carlos Ghosn acha que essa relação pode chegar a 600/1000. Pode levar 10, 15 anos, mas vai chegar. E queremos participar desse crescimento. E deu sua receita para conquistar mercado no Brasil: fazer produtos modernos, muito funcional, barato e com preço competitivo.

Durante conversa com jornalistas e executivos da Renault, Carlos Ghosn surpreendeu a todos, quando anunciou a produção do Duster no Brasil, que virá para fazer frente ao Ford EcoSport que não tem concorrentes e reina sozinho no segmento.

O Duster deverá chegar ao mercado brasileiro, após passar por testes, nos primeiros meses de 2.011. “É a hora da virada” como disse Christian Pouiaude, vice-presidente comercial da Renualt, durante a apresentação do novo Logan.

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