Palio Adventure encara trilhas leves sem sustos

Num País de ruas esburacadas e milhares de quilômetros de estradas de terra como o Brasil, não poderia deixar de ter modelos dispostos a entrar na lama e enfrentar obstáculos no asfalto. Um deles é a perua Palio Adventure da Fiat, que se presta a levar a família para um passeio no fim de semana, ou encaram trilhas leves sem sustos.

Com 4,142 metros de comprimento, a Palio Adventure 1.8 8V é hoje a mais versátil perua do mercado brasileiro, inclusive sem similar em nível internacional. Seu motor tem 103 cavalos de potência máxima e torque de 17 kgfm a 2.800 rpm, que se beneficia de uma relação de marchas adequada e bom nível de torque máximo com curva mais plana e disponível a 2.800 giros. Com 1.796 cc de cilindrada, a Adventure 1.8 trabalha com uma taxa de compressão de 9,4:1, o que lhe permite uma mistura bem otimizada de ar/combustível a despeito de não ser um motor multiválvulas.

A Fiat tem conseguido tanto sucesso com a Adventure que a própria concorrente Volkswagen resolveu dar logo o troco com a Parati Crossover, que não conseguiu o ar de “carro de sítio” da Adventure, ficando a dever em termos de estilo. A Adventure é alta, tem 1,59 de altura, e com distância entreeixos de 2,43 metros, bem maior que a dos Palios comuns. Pesa 85 quilos a mais que um Palio hatch comum, mas tem trunfos adicionais como um porta-malas de 460 litros (contra 280 litros do Palio) e nesse item, no segmento médio, só perde para o do Siena, que é de 500 litros.

Seu motor 1.8 transversal de quatro cilindros em linha e 8 válvulas responde bem melhor que o multiválvulas da segunda geração da Adventure, que era 1.6 16V. Embora um pouco mais travado, mas tem melhor resposta que o anterior.

A Adventure 1.8 crava no velocímetro a velocidade máxima de 186 km/h e em menos de 9,8 segundos chega a 100 km/h. Em se tratando de Adventure, ou melhor, de motores Fiat, difícil fazer previsões quanto a consumo de combustível. Mas em média, na cidade o consumo gira em torno de 9,5 km/litro e na estrada 12 km/litro.

O pessoal que compra tem mudado os pneus. Mas com pneus mais “street” ela perde o “tchan” de carro do mato que ela tem desde que foi lançada, com aqueles estribos arredondados (agora achatados) e toda aquela parafernália de quebra-mato, e suporte mais alto para bagagens no teto.

No geral, a Adventure 1.8 está melhor. Seu estilo ficou mais urbano e há quem prefira a anterior, mais ?do campo?, digamos. Vem de série com ar-condicionado, acendedor de cigarros, conta-giros, direção hidráulica, faróis de neblina, limpador, lavador e desembaçador do vidro traseiro, predisposição para alarme, preparação para som, quebra-mato, travas e vidros dianteiros elétricos. Como opcionais, a Adventure 1.8 tem ABS, duplo “airbag”, CD player, “brake-light”, banco do motorista com regulagem de altura e lombar, CD Changer, retrovisores e vidros traseiros elétricos, volante com regulagem de altura.

Mas o que ela tem de positivo e de negativo? De positivo, o fato de ser mais alta que os veículos comuns, quase como uma picape compacta. Impõe mais respeito no trânsito, vence com maior facilidade terrenos cheios de pedras e valas, passa com tranqüilidade em pequenos riachos cheios de pedregulhos, e tem amplo porta-malas. Enfim, é um veículo que tem o papel de ser familiar e de se prestar também ao uso tanto no campo como na cidade.

Contra o Palio Adventure 1.8 temos o fato de que é barulhenta e consome bem mais que os veículos 1.8 comuns. O conforto interno em termos de espaço é bom, mas os bancos têm revestimento apenas razoável e acolchoamento mais duro que o dos veículos comuns, o que incomoda um pouco em viagens mais longas. Mas se você quer um veículo para passar sem medo em quebra-molas e estradas de terra com valas mais “lights”, mãos à obra, compre uma dessas peruas do campo. Vale a pena. A garantia do Palio Adventure 1.8 é de um ano, sem limite de quilometragem.