Extintos com a invasão dos importados, os esportivos nacionais como o Puma, Miura e Farus tiveram época áurea entre o fim dos anos 70s e 80s. Mas a história dos fora-de-série feitos e projetados no Brasil recomeçou, na pequena fábrica da Lobini, em Cotia (SP), com o lançamento e venda da primeira unidade do carro esporte H1.
Seguindo o estilo dos pequenos conversíveis ingleses, o desenho do Lobini tem um toque de Lamborghini, pelas portas abertas para cima. Sua capota rígida pode ser retirada e ficar encaixada sobre a tampa do motor. Além da estrutura tubular de aço, para proteger os ocupantes em caso de capotamento, há dois arcos em cima dos encostos de cabeça dos bancos. Na traseira, discreto aerofólio dá um toque de esportividade ao carro, em conjunto com as saídas de escape de aço inoxidável separadas pelo extrator de ar.
Suas rodas têm linhas exclusivas e estão montadas em pneus PZero 205/45ZR 17 na frente e 225/45ZR 17 atrás. Não há estepe. No lugar dele, apenas uma garrafinha de selante para pneus. Isso por causa da economia de espaço. O H1 leva apenas dois ocupantes e 65 litros de bagagem atrás do bancos. O carro mede 3,72 metros de comprimento (menor que um Gol), por 1,80 m de largura e 1,18 de altura. Mas o peso é bem distribuído (42% na frente e 58% atrás), o que contribui com a estabilidade nas curvas, assim como o tanque de 50,5 litros instalado no centro.
O barulho do motor na traseira em alta velocidade, principalmente sem capota, atrapalha conversas e o prazer de ouvir música. Outro porém é a ausência de air bag. Mas o carro vem com ar-condicionado e direção hidráulica. O clima de esportividade começa antes de se entrar no carro. A perna direita precisa entrar primeiro, como nos modelos de competição.
Antes de dar a partida no Autódromo Internacional de Curitiba, um piloto da Lobini nos lembra que para o carro ligar é preciso girar a chave no contato e, em seguida, apertar o botão ?start? no painel. Uma pisada no acelerador e o ronco do motor 1.8 turbo, de 180 cavalos e 23 kgfm de torque a 2.100 rpm soa grave, pedindo para entrar em ação. Primeira engatada e lá vai o ?lobo? do asfalto deixando o sibilar da turbina no ar entre as trocas de marcha. Como nos legítimos esportivos, os engates são curtos e precisos. Acelerando com vontade, antes de passar para terceira, o carro chega a mais de 100 km/h, velocidade atingida em meros 6 segundos, segundo o fabricante. A velocidade máxima está limitada eletronicamente em 230 km/h.
O Lobini H1 tem fôlego para dar inveja a muitos donos de importados. O novo esportivo nacional faz o corpo colar no banco ao se pisar fundo no acelerador. E deixa claro que é feito para quem gosta de acelerar e está preparado para encarar embreagem dura e baixa posição de dirigir. Foi uma experiência fascinante acelerar o mais novo puro-sangue nacional. (BN)
Ficha técnica
MOTOR
Traseiro, tranversal, quatro cilindros em linha, cinco váulvulas por cilindro, turbo, duplo comando no cabeçote
Câmbio: Manual de cinco marchas, tração traseira
Cilindrada: 1.781 cm3³
Potência: 180cv a 5.700 rpm
Torque: 23 kgfm a 2.100 rpm
Dimensões
Comprimento: 3,72 m
Largura: 1,80 m
Altura: 1,18 m
Entre-eixo: 2,40 m
CAPACIDADES
Tanque: 50,5 litros
Porta-malas: 65 litros
Preço sugerido
R$ 170.000,00