Para os brasileiros, a família Chevrolet Cobalt, que conta com carrocerias cupê e sedã, é uma desconhecida. O mesmo não acontece em seu mercado de origem, o norte-americano. Por lá, a versão topo da linha, o cupê SS Supercharger, é um dos maiores sucessos automobilísticos entre a juventude. Ele é a versão mais apimentada da gama Cobalt, e conta com aptidões esportivas que enchem os olhos da rapaziada. O Colbat SS Supercharger é fabricado na planta da GM em Lordstown, Ohio.
O sedã conta com uma aparência sofisticada, juntamente com uma posição elevada de assentos, que oferece uma visão mais dominante da estrada. A dianteira do Cobalt Supercharger SS é marcada pelo capô alto com a gravatinha dourada na grade. Na última sessão da lateral, o teto é rebaixado, característica tradicional dos cupês. Na traseira, as lanternas são duplas e circulares. Todos os modelos do Cobalt apresentam detalhes e maçanetas na cor da carroçaria. Tem ainda aerofólio e defletores duplos de fluxo de ar integrados ao pára-choque.
No interior, a impressão que se tem é a de estar num modelo da linha nacional Astra. Entretanto, os bancos esportivos deixam o carro com aspecto diferenciado. O uso de medidores, botões e dispositivos pelo motorista é simples e fácil, sem deixar de ser elegante. De resto, há certa simplicidade no acabamento. O modelo vem de série com ar-condicionado, CD player, computador de bordo, entre outros itens.
Sua lista de opcionais inclui bancos aquecidos revestidos de couro, teto solar elétrico e MP3 Player. Entre os itens de segurança, destaque para os "airbags" dianteiros; os laterais são opcionais. A versão SS Supercharger tem freios a disco nas quatro rodas, com função antitravamento ABS e sistema eletrônico de controle de tração.
O Cobalt SS Supercharger veio ao Brasil com a missão de participar de dois eventos. Junto dele, estavam outros três modelos do grupo GM destinados exclusivamente à América do Norte: Pontiac Solstice, Hummer H3 e Chevrolet Corvette Z06, cuja avaliação publicamos anteriormente.
Antes que a montadora o mandasse de volta aos EUA, integramos grupo de jornalistas convidados pela GM do Brasil para dar umas voltinhas no carro, no Campo de Provas da montadora em Indaiatuba (SP). Foi uma experiência interessante dirigir o Cobalt SS Supercharger, um dos esportivos mais cobiçados nos Estados Unidos. (BN)
Olho clínico
E foi na pista batizada pela GM de D1, que simula as condições das estradas e ruas brasileiras (buracos, ondulações, paralelepípedos, entre outras imperfeições), que tivemos oportunidade de rodar com o Cobalt SS, isto após termos participado de rápida apresentação técnica feita por técnicos da GM do Brasil.
Assim tivemos oportunidade de dirigir esse cupê de quatro lugares, equipado com motor 2.0 L, que utiliza compressor Eaton M62, com "intercooler" e taxa de compressão de 9,5:1, e que gera 208 cavalos e 23,5 kgfm a 4.400 rpm. Infelizmente, nem a GM brasileira e nem a norte-americana divulgaram os números de desempenho referentes ao carro. Mas, na avaliação, pudemos sentir que ele anda bem.
O motor que equipa o Cobalt SS foi inspirado em carros de corrida. O arranque é forte. E tivemos que tomar cuidado para não fazer os pneus "cantarem". E atendendo recomendação da engenharia da GMB, tomamos cuidado para não bater a suspensão do carro, baixa, no solo. Mas não teve jeito; isso aconteceu algumas vezes. O que mostra que, pelo menos para o Brasil, este não é o carro ideal para o uso no dia a dia. E quem quiser um exemplar terá que recorrer à importação independente.
Segundo a montadora, o carro conta com suspensão desenvolvida para pistas, com barras estabilizadoras e molas mais duras. Exclusiva da versão SS, ela não torna o rodar exatamente confortável, mas não é também muito incômoda. Na hora de acelerar, o Cobalt SS Supercharger fez jus aos seus 208 cavalos de potência. Ele chegou rapidamente aos 100 km/h, e seu motor conta com ronco empolgante. Nas curvas, a diversão é garantida, e o modelo mostra boa estabilidade.
Entretanto, é preciso tomar cuidado nas mais travadas, pois sua tendência é escapar de frente. O câmbio manual de cinco marchas pede reduções bruscas antes do carro entrar em curvas travadas. Durante a avaliação seus engates foram rápidos e precisos. Suas rodas de 18 polegadas são montadas em pneus 215/45, que derraparam bastante nas curvas transpostas em alta velocidade. A posição de dirigir é agradável, uma vez que os bancos esportivos do Cobalt contam com ajuste de altura, privilegiando a visibilidade.
O Cobalt SS Supercharger não chega a ser um esportivo nato, mas satisfaz aqueles que gostam de velocidade. Nos EUA, custa US$ 20.490, (R$ 46.150,00), exatamente o mesmo que o Solstice. (BN)
FICHA TÉCNICA
Motor: Dianteiro, transversal, 2.0, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro, com compressor Eaton M62
Cilindrada: 1.998 cm3
Potência: 208 cv a 5.600 rpm
Torque: 23,5 kgfm a 4.400 rpm
Câmbio: Manual, de cinco marchas
Comprimento: 4,58 m
Largura: 1,72 m
Altura: 1,41 m
Entre-eixo: 2,62 m
Porta-malas: 393 litros
Peso: 1.273 kg
Suspensão: Com escoras e barra estabilizadora semi-independente, com feixe de torção na dianteira e na traseira
Freios: A disco nas quatro rodas, com sistema antitravamento (ABS)
Tanque: 49 litros