Clio 1.6 16V Privilége: um carro para família

Para realinhar as versões de seu modelo compacto, a Renault do Brasil aproveitou a mudança visual na linha Clio. A montadora instalada em São José dos Pinhais rebatizou as versões com nomes solenes, como Authentique, Expression e Privilége. Com essa reconfiguração, a função de “top” de linha ficou a cargo da versão Privilége, que tem no Clio sedã 1.6 16V seu ilustre representante.

Bem equipado, destina-se a uma faixa de consumidores que também buscam os compactos pela versatilidade, mas que dispõem de um pouco mais de recursos que a maioria dos compradores, cujas possibilidades são restritas às versões básicas.

Na frente, os conjuntos óticos têm aspecto triangular, com faróis duplos, redondos e com piscas incorporados na parte superior – tudo abrigado por uma mesma sobrelente. A grade frontal, antes discreta, agora é divida em duas seções por uma espécie de “prolongamento” do pára-choque, onde está posicionado o losango-símbolo da marca. A outra mudança no novo Clio está no interior, que passa a ter aplicações de plástico em duas cores. A traseira, porém, não mudou nada: tudo ficou igual ao que era antes.

O modelo sai de fábrica bem equipado. Tem alarme sonoro de faróis acesos, ar-condicionado, chave com “transponder” (sistema que conta com bloqueio eletrônico da partida, no caso de a chave não ser original), direção hidráulica, faróis e lanterna de neblina, trio elétrico, rádio/CD player com comando na coluna de direção, volante com regulagem de altura, entre outros itens. Na parte de segurança possui trava automática das portas a 6 km/h, “airbag” duplo, barras de proteção nas portas e “brake light”. Ou seja, não chega a ser um modelo de luxo, mas se destaca no universo dos compactos. Os únicos opcionais disponíveis são a pintura metálica e o sistema ABS para os freios.

Sob o capô, o motor é o mais “forte” da linha Clio. São quatro cilindros em linha, 1,6 litro de capacidade volumétrica e 16 válvulas. São 110 cv de potência a 5.750 giros e torque de 15,2 kgfm a 3.750 giros. Esses números não geram performance autenticamente esportiva, mas garantem respostas satisfatórias dentro da proposta do modelo.

A posição de dirigir não chega a ser privilegiada, mas é confortável. O Renault Clio sedã 1.6 16V Privilége é um carro talhado para o ambiente urbano que também encara bem a estrada. O modelo tem desempenho impetuoso e plenamente satisfatório nos dois “habitats”, mas se sai melhor nas cidades – embora nas estradas não deixe a desejar.

Valentia compacta

O motor 1.6 16 válvulas de 110 cv de potência e 15,2 kgfm de torque dá ao carro agilidade elogiável. Fácil e agradável de dirigir, suas dimensões compactas também se valorizam nas típicas ações do dia-a-dia, como entrar e sair de garagens apertadas, caber em vagas “curtas” e manobrar em meio a outros veículos.

O posicionamento dos botões dos vidros elétricos, colocados lá na frente do console central, exigem que o motorista estique-se e desencoste-se do banco para acioná-los, fazendo com que desvie a atenção do trânsito para visualizá-los. Além disso, os botões do rádio/CD player adotado pela Renault continuam também pequeninos e causam o mesmo incômodo. Salva-se o comando-satélite, exclusivo para o motorista. A direção hidráulica é agradavelmente leve, a visibilidade gerada pelos espelhos retrovisores é satisfatória, o painel com fundo branco é bem visível e o ar-condicionado dá conta do recado, mesmo em dias mais quentes.

Na estrada o Clio sedã “disfarça” suas limitações com performance bastante interessante. Porém, mostra fôlego de sobra para ultrapassagens tranqüilas. Depois de chegar aos 100 km/h em bons 10,1 segundos permite velocidade de cruzeiro de 110 km/h com segurança. Acima disso, estaremos sujeitos às normas do Código Brasileiro de Trânsito. E em se tratando de um sedã ainda há uma vantagem prática: o porta-malas comporta avantajados 510 litros. Entre os sedãs compactos apenas o Fiat Siena aproxima-se deste número, com 500 litros.

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