Tem que ganhar!

Atlético pega o Brasilia obrigado a vencer na Sul-Americana

Ninguém imaginava que seria assim. Afinal, quando eliminou o Joinville, o Atlético vivia seu auge na temporada e colocava a Copa Sul-Americana como prioridade. Hoje, às 22h, na Arena da Baixada, o panorama é bem diferente. No início das oitavas-de-final da competição continental, o Furacão entra em campo pressionado a vencer e convencer contra o Brasília – que surpreendeu o Goiás na fase anterior, mas que não disputa sequer a quarta divisão do futebol brasileiro. A partida de hoje terá transmissão da RPC.

Foram cinco maus resultados em sequência no Brasileirão: empates com Joinville e Figueirense e derrotas para Vasco, Grêmio e Coritiba. Do quarto lugar conquistado após a épica vitória sobre o Atlético-MG, o Atlético hoje é o nono colocado, distante seis pontos do G4. A má fase e a queda no campeonato nacional já seriam suficientes para fazer da Sul-Americana um torneio bem mais atrativo, mas hoje a partida representa mais.

Chegou a hora

É fundamental para o Furacão dar uma resposta. “Nós sabemos que estamos em um momento difícil, e por isso queremos buscar a recuperação imediatamente”, resumiu o zagueiro Kadu, em entrevista para a RPC. O time sentiu, na visão do técnico Milton Mendes, a falta de experiência. “Em momentos como esse, no que os times apostam? Na cancha, na rodagem, na maturidade, na experiência dos jogadores em competições. E nosso time ainda é imaturo em algumas situações”, comentou, também em entrevista à RPC.

Para MM, é esse o motivo que faz o Atlético sofrer tanto como sofreu nos últimos jogos. “O jogo contra o Vasco realmente foi ruim, o pior. Mas contra Grêmio e Coritiba tivemos força, criamos oportunidades, lutamos muito e fomos ofensivos. Mas chegamos na frente e acabamos concluindo mal”, disse o treinador rubro-negro, imediatamente lembrando do gol perdido por Walter no Atletiba e poupando o centroavante – que, por sinal, desfalca o time hoje. “Não vou culpar o Walter. Isso acontece. Como também não poderiam culpar o árbitro que não deu o pênalti a nosso favor. São fatos do jogo”, avaliou.

Haja treino

E não é falta de trabalho. Nos poucos momentos em que a imprensa é autorizada a acompanhar os treinos, é evidente a preocupação da comissão técnica com a qualidade das finalizações. E se é possível treinar chutes a gol, o “treinamento mental” é mais difícil. “A gente precisa buscar essa serenidade”, afirmou Milton Mendes.
Para voltar à tranquilidade, a receita não é tão difícil – basta retomar o bom futebol, voltando a vencer. Melhor ainda se for hoje, dando o primeiro passo para a classificação para as quartas de final da Sul-Americana – eliminando o Brasília, o Atlético enfrentaria Deportivo Luqueño ou Deportes Tolima. “Estamos em uma competição diferente agora, é mata-mata. Por isso, precisamos vencer em casa e se possível fazer uma boa vantagem sem levar gols. E é isso que lutaremos para fazer”, finalizou Kadu.

Tranquilo

Pressionado? Que nada. Pela primeira vez cobrado com mais insistência pela diretoria do Atlético, Milton Mendes segue tranquilo em seu trabalho. Sabe que precisa dar uma virada nos resultados ruins – e sabe, principalmente, que essa serenidade pode ser atingida caso o Furacão não vença esta noite.

Logo depois da derrota para o Coritiba, MM disse à RPC que o futebol não dava tempo para lamentações. “O bom do futebol é que as derrotas logo passam”, filosofou. O trabalho atleticano no Brasileiro, acima do esperado, virou o referencial para a torcida e para a diretoria, e quando os maus resultados vie,ram, a cobrança foi grande. Contra o Grêmio, Milton ouviu pela primeira vez os gritos de “burro”, e após o Atletiba foi cobrado ainda no vestiário por conta de mais uma jornada ruim.

“Realmente não vivemos dias bons, e estamos na nossa pior colocação no Brasileiro. Só que essa pior colocação é a nona, estamos em nono colocado, à frente de várias equipes poderosas e tradicionais, como o Cruzeiro”, disse ontem MM.

Sondado por Fluminense e Sport, Milton recusou os convites para permanecer no Atlético. Por isso, ele não tem medo de cobranças nem de um risco de demissão. “No dia em que eu sentir que não sou mais útil para o Atlético, não será preciso me demitir. Eu mesmo peço para sair”, finalizou o técnico rubro-negro.

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