Ataque militar contra Irã seria último recurso, diz Bush

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou nesta quarta-feira (11) que a diplomacia é a principal opção para solucionar o impasse com relação ao programa nuclear iraniano, apesar de "todas as opções estarem na mesa". O líder americano reforçou a possibilidade de um ataque militar contra o Irã, mesmo como último recurso, durante entrevista coletiva concedida ao lado da chanceler alemã Angela Merkel.

Para Bush, um Irã com armas nucleares representaria uma ameaça à paz mundial. Ele está aproveitando sua última viagem à Europa como presidente para convencer líderes europeus a apoiarem mais sanções contra Teerã.

"Eu disse à chanceler que minha primeira opção, claramente, é buscar uma solução diplomática", declarou o presidente americano. Para em seguida emendar: "Mas todas as opções estão na mesa".

Merkel, por sua vez, defendeu a imposição de novas sanções à república islâmica caso ela não suspenda seu programa de enriquecimento de urânio. Antes de pensar em novas sanções, porém, os líderes europeus aguardarão até que o chefe de política externa da União Européia (UE), Javier Solana, viaje a Teerã para apresentar um pacote de incentivos em troca da suspensão do programa de enriquecimento de urânio.

Bush quer que a república islâmica suspenda seu programa de enriquecimento de urânio, um processo essencial para a geração de combustível usado no funcionamento das usinas nucleares. Em grande escala, porém, o urânio enriquecido pode ser usado para carregar ogivas atômicas.

Os Estados Unidos e outras potências ocidentais acusam o Irã de desenvolver em segredo um programa nuclear bélico. O governo iraniano nega, assegura que suas usinas atômicas têm fins estritamente pacíficos de geração de energia elétrica e já declarou em diversas ocasiões que não pretende interromper suas atividades nucleares.

Enquanto o líder americano exerce pressão diplomática, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, comentou hoje que "a era Bush chegou ao fim" sem que ele tivesse cumprido os objetivos de atacar o Teerã e de conter o programa nuclear da república islâmica. Ahmadinejad assegurou que pressões e sanções não surtirão efeito. "Se o inimigo acha que pode fazer a nação iraniana ceder à pressão, ele está errado", declarou o chefe de governo em Teerã.

Voltar ao topo