As razões de cada um

Foi um dos assuntos mais comentados do fim de semana. No domingo, o shopping Palladium, recém-inaugurado, não permitiu que mais de cem jovens, vindos da periferia de Curitiba, entrassem juntos no local. Eles vieram todos no mesmo ônibus, estavam com o que se chama de ?tubão? (refrigerante misturado com bebida alcoólica) e queriam fazer no Palladium o que fazem nos shoppings Curitiba e Estação – ?curtir? o local durante a tarde.

E por que foram barrados? Segundo a administração do shopping, foi-lhes pedido que se dispersassem dentro do local, o que eles não teriam aceitado. Além disso, há uma norma interna que não permite a circulação de grupos grandes e com camisas de times de futebol (e também de torcidas organizadas), que, inclusive, alguns jovens vestiam. Para completar, ouviram-se gritos que incitavam à baderna e, por isso, os seguranças agiram. Alguns visitantes aprovaram, outros não.

Mas quais são as razões de cada lado? Por que impedir que estes jovens entrem ou ?curtam? os shoppings? Infelizmente, dentro desses grupos (não interessando a classe social, e sim mais a geração) há adolescentes que não aceitam as regras vigentes e, tendo já exagerado na bebida alcoólica, acabam promovendo a baderna. Em grupos de vinte, ou trinta, ou cem, podem se tornar uma turba perigosa por conta de uma ação contrária que gere revolta.

Mas, por que não permitir que os jovens entrem? Eles, assim como qualquer outra pessoa, têm todo o direito de ir e vir ainda mais aproveitando a tarifa mais barata de ônibus aos domingos. Sem atrações em suas regiões, eles têm todos os motivos para ir aos shoppings, há muito o que fazer neles. E mais: não é porque são adolescentes que têm menos liberdade que adultos ou crianças, são cidadãos plenos.

Aí está a definição fundamental. Como cidadãos plenos, os jovens precisam lembrar que têm direitos, mas que também têm deveres. Um deles é o de acatar as leis. E também, com a educação que recebem em casa, devem saber que não se pode fazer bagunça na casa alheia ou em locais públicos. Lembrar disso pode ajudar muito nesta discussão tão delicada.

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