Arrecadação de bancos com tarifas supera orçamento de 25 Estados

Estudo divulgado hoje (9) pelo Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região apontou que a soma do valor arrecadado por meio de tarifas por sete dos maiores bancos do País em 2005 superou o orçamento de 25 Estados e do Distrito Federal. De acordo com o levantamento, juntos, Banco do Brasil, Caixa, Bradesco, Itaú, Unibanco, Santander/Banespa e Nossa Caixa cobraram de seus clientes R$ 31 bilhões pela prestação de serviços, montante inferior apenas ao orçamento do Estado de São Paulo (R$ 65,724 bilhões) em 2004, ano utilizado como referência pelo sindicato, com base na mais recente pesquisa consolidada do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

No documento distribuído pelos bancários, que menciona um hipotético "Estado dos Banqueiros", a arrecadação com tarifas atingiria, por exemplo, um valor muito mais alto que o orçamento do Estado do Rio de Janeiro, segundo colocado em arrecadação (R$ 27,502 bilhões).O mesmo valor de R$ 31 bilhões pagos pelos clientes a esses sete maiores bancos em 2005 correspondeu à soma dos recursos orçamentários de 12 Estados (R$ 28,823 bilhões): Amapá, Acre, Alagoas, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Piauí, Paraíba, Roraima, Rondônia, Rio Grande do Norte, Sergipe e Tocantins.

Em 2004, o valor arrecadado pelos bancos foi também expressivo. De acordo com o sindicato, as sete instituições obtiveram R$ 24,801 bilhões com as tarifas de serviços.

Os bancários destacam também que, atualmente, 40% da arrecadação geral dos bancos vêm desta receita em serviços como talão de cheques, transferências e extratos. "Desde 1994, quando foi liberada a cobrança de tarifas, os bancos vêm aumentando sua arrecadação com base numa exploração que não faz sentido e precisa ser coibida", disse, em nota à imprensa, o presidente do sindicato, Luiz Cláudio Marcolino.

De acordo com ele, "cada vez mais", os bancos "afugentam" os clientes das agências, empurrando-os para o auto-atendimento ou para a mais nova modalidade, os correspondentes bancários. "E os cidadãos ainda pagam por isso", comentou. "Por outro lado, os banqueiros exigem cada vez mais dos bancários, transformando a categoria numa das mais pressionadas e sofridas."

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