Argentina discute eutanásia para Brian, de cinco anos

A Justiça argentina analisa um caso inédito que envolve a possibilidade de desligar os aparelhos que mantêm com vida o garoto Brian Andrade, de cinco anos de idade, que está em estado de coma há quase dois anos em um hospital da cidade de Puerto Madry, na província de Chubut, na Patagônia. Os médicos do hospital onde Brian está internado argumentam que não podem fazer nada para recuperá-lo, enquanto os pais rejeitam a possibilidade de desligar as máquinas.

O caso adquiriu repercussão nacional e desatou um debate intenso sobre bioética – que envolveu o próprio Ministro da Saúde, Ginés González García – e que discute até que ponto a medicina pode prolongar a vida de pessoas com lesões supostamente irreversíveis

Brian está em coma desde abril de 2005, quando foi atropelado ao atravessar uma avenida. O impacto do choque causou um traumatismo cerebral que o levou ao coma. Os médicos argumentam que o estado é irreversível.

A polêmica começou quando os médicos do Hospital Andrés Isola, de Puerto Madry, propuseram aos pais de Brian o desligamento dos aparelhos que o mantém com vida. Após três tentativas para convencer os pais, os médicos recorreram à Justiça. No meio da polêmica, a Secretária de Saúde de Chubut, Graciela Di Perna, respaldou a decisão do Comitê de Bioética do hospital

Os pais de Brian, José e Balbina Andrade, de 24 e 20 anos respectivamente, estão desesperados diante da perspectiva de que o hospital desligue as máquinas que mantêm seu filho com vida. Eles argumentam que o menino está dando sinais de sair do coma, entre eles pequenos movimentos. O casal afirma que Brian, ocasionalmente, abre os olhos e fixa sua vista neles. Os médicos retrucam, afirmando que esses sinais não passam de reflexos de um corpo em coma.

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