Apenas quatro deputados fizeram defesa do recurso de José Dirceu

Poucos deputados se dispuseram hoje a fazer a defesa do recurso do deputado José Dirceu (PT-SP) que pedia o arquivamento do processo de cassação de seu mandato durante reunião da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara (CCJ). Durante as cinco horas de debate e em meio a 22 discursos apenas quatro deputados defenderam o ex-ministro em argumentações que se propunham técnicas, mas que também traziam grande apelo político.

"O deputado José Dirceu já está julgado e condenado perante a opinião pública. O deputado José Dirceu está passando por uma situação de achincalhe nacional independentemente do que fez ou não fez", bradou o deputado Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), que fez a defesa mais enfática a favor do parecer do relator, Darci Coelho (PP-TO), que concluía pelo arquivamento do processo contra o petista e que era o objeto de votação.

Greenhalgh argumentou que a CCJ estava fazendo o ajuste nas regras para o julgamento político das ruas e do "clamor público" em detrimento de uma decisão que poderia levar a criação de uma norma da Casa daquele momento em diante. "Qualquer um de nós que dê provimento ao parecer de Darci Coelho será achincalhado, enxovalhado como ele foi após a apresentação de seu parecer", disse Greenhalgh, manifestando solidariedade ao relator.

Na defesa de Dirceu, o deputado Inaldo Leitão (PL-PB) afirmou que o processo não poderia seguir adiante porque o autor do pedido de cassação havia retirado a representação. "É um saci-pererê. Uma representação de uma perna só. Só tem o representado e não tem o representante", argumentou, para completar em seguida: "Dirceu virou uma espécie de Geni. Todo mundo está querendo jogar pedra (nele), não apenas o parlamento". Os deputados Maurício Rands (PT-PE) e Vicente Cascione (PTB-SP) também defenderam o parecer de Coelho.

O deputado José Dirceu, segundo contou a interlocutores, considera que a CCJ tomou uma decisão que cria uma regra para os processos do Conselho de Ética de uma maneira passional, o que pode levar a comissão a se arrepender no futuro.

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