ANP investiga falta de gás em revendas

A Agência Nacional do Petróleo (ANP) começou hoje (04) a fiscalizar os pontos de venda de gás liqüefeito de petróleo (GLP), o gás de botijão, para verificar a falta do produto registrada em algumas revendas. Segundo a ANP, sonegar produtos é uma infração que pode ser punida com multa de até R$ 1 milhão. Hoje, porém, não houve nenhuma autuação.

A dificuldade em encontrar botijões ontem, após o aumento de preços anunciado na sexta pela Petrobrás, foi confirmada por consumidores e pela reportagem do Estado. Para a Federação dos Revendedores de GLP (Fergás), o problema é pontual e reflete a dificuldade que a revenda vem enfrentando em se abastecer do produto junto às distribuidoras.

?A revenda não está conseguindo carregar botijões junto às engarrafadoras?, disse o presidente da entidade, Álvaro Chagas, explicando que os maiores problemas foram registrados em São Paulo e no Distrito Federal. As distribuidoras garantem que não há falta de produtos no mercado, apenas problemas pontuais, causados pelo aumento de demanda.

Segundo o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de GLP (Sindigás), as companhias têm trabalhado com uma cota fixa de compras junto à Petrobras por dia, que não pode ser aumentada em caso de maior demanda. De acordo com a Fergás, houve um aumento de 30% na procura por botijões durante o fim-de-semana, o que pode ter contribuído para a dificuldade em achar produtos.

Para Chagas, a falta de botijões reflete uma falha no modelo de comercialização do GLP, segundo o qual cada revendedor só pode comprar produtos com apenas uma distribuidora. ?O representante de uma empresa não tem botijões, mas o de outra tem. O problema é que não posso comprar deste representante que tem o produto, porque tenho que seguir a exclusividade?, explicou.

A exclusividade na compra dos produtos é uma briga antiga entre revenda e distribuição. A Fergás pede à ANP que libere os revendedores de comprar botijões de qualquer distribuidora, criando um modelo chamado de bandeira branca neste setor. O Sindigás, por suas vez, alega que a bandeira branca é menos segura, pois não é possível determinar o culpado por acidentes.

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