Anomalia absurda

Problema crônico no Brasil é o déficit habitacional, medido em recente pesquisa encomendada pelo Sinduscon-SP na bagatela de 7,28 milhões de moradias. Esse índice cresceu, nos últimos dez anos, na proporção de 16,5%. Dizendo de outro modo, durante os dois mandatos de Fernando Henrique e os quase três anos de Lula, o saldo negativo da política habitacional aumentou em mais de um milhão de unidades.

Não há como tergiversar diante desse fracasso administrativo inegável, agravado pelo estigma que a falta de moradia digna para as famílias se concentra nos três estados mais importantes do País: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

O déficit habitacional foi calculado com base na consolidação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD 2003), que levou em conta a coabitação (mais de uma família na mesma residência) – 3,9 milhões de domicílios – e domicílios rústicos. Nessa rubrica estão catalogados os moradores de favelas, barracas, tendas, trailers, carroças, vagões, grutas e viadutos, resultando 3,1 milhões de moradias.

A freqüente louvação do presidente Lula ao sucesso da política econômica de seu governo, infelizmente, não tem espaço para essa grave anomalia: a quantidade absurda de brasileiros morando em condições infra-humanas, na maioria dos casos totalmente insalubres e perigosas.

Nos primeiros sete meses deste ano apenas 24% dos recursos do FGTS destinados à habitação e saneamento haviam sido aplicados. Menos da metade na construção de novas moradias.

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