Exatamente 240 agricultores da região de Maringá foram beneficiados pela anistia ou tiveram redução substancial de seus débitos com o Panela Cheia, conforme decreto assinado nesta semana pelo governador Roberto Requião.
Ao apresentar este levantamento nesta sexta-feira o agrônomo Romualdo Faccin, chefe do escritório regional da Emater, entidade vinculada à Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, informou que, dentre os contemplados, predominam minifundiários e pequenos produtores que investiram em fruticultura, produção de grãos e pecuária.
Nesta região, a lista contempla agricultores de Ângulo, Astorga, Atalaia, Colorado, Floraí, Floresta, Lobato, Mandaguaçu, Mandaguari, Marialva, Maringá, Nova Esperança, Nossa Senhora das Graças, Ourizona, Santa Fé, Santo Inácio, São Jorge do Ivaí, Sarandi e Uniflor. No Paraná, alcançaram o benefício 4.850 produtores rurais e profissionais de diversos segmentos.
Perdão total
Quem deve ao Programa Panela Cheia até R$ 35 mil conseguiu perdão total. Devedores de valores acima de R$ 35 mil até R$ 250 mil terão desconto de 50% se quitarem a pendência de uma só vez.
Outra alternativa é parcelamento do valor devido em até 36 vezes, com descontos. E débitos superiores a R$ 250 mil continuarão sendo discutidos. O total de créditos deste programa soma aproximadamente R$ 2,26 bilhões. O programa foi criado na primeira gestão do governador Requião para fomentar a produção agropecuária.
Porém, as dívidas dos produtores rurais junto ao Panela Cheia aumentaram muito por causa de alterações nos cálculos feitos no governo anterior a partir da venda do Banestado ao Itaú pelo governo Lerner, segundo revelou o vice-governador e secretário da Agricultura e do Abastecimento, Orlando Pessuti.
O débito, que deveria ser pago pela equivalência do preço do milho, passou a ser corrigido e calculado por juros e correções monetárias. Em conseqüência, a inadimplência se instalou e houve muitos casos de agricultores obrigados a vender patrimônio familiar após serem acionados judicialmente pelo Itaú.