Alvo de escutas, deputada participará de CPI do Grampo

Instalada nesta quarta-feira (19) na Câmara, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Grampo terá entre os 24 titulares a deputada Marina Magessi (PPS-RJ), alvo de escutas legais da Polícia Federal, que recorreu à interceptação para apurar possível envolvimento da parlamentar com os chefões do jogo do bicho fluminense. Denunciada pela PF na Operação Furacão, Marina, inspetora licenciada da Polícia Civil do Rio, nega ter recebido qualquer contribuição de bicheiros.

Seu nome foi incluído na denúncia depois que policiais federais gravaram conversas em que um policial civil diz falar em nome de Marina Magessi e acerta contribuições não declaradas para a campanha da deputada. Em outro grampo, a própria Marina sugere a um inspetor próximo ao ex-chefe da Polícia Civil do Rio Álvaro Lins que "desse um monte de tiros nos cornos" do delegado carioca Alexandre Neto.

Também participará da CPI, como suplente, outro parlamentar investigado pela Polícia Federal na Operação Furacão, o deputado Simão Sessim (PP-RJ), primo do bicheiro Aniz Abrão Davi, o Anísio. Sessim é investigado por suspeita de trabalhar em favor de projetos de legalização de bingos a pedido de bicheiros do Rio. O deputado nega qualquer envolvimento e diz que defende os bingos por convicção pessoal e não por ligação com a contravenção.

Eleito nesta quarta-feira presidente da CPI, o deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), que foi superintendente da Polícia Federal do Rio e ex-secretário de Segurança do Estado, disse que a escolha de Marina Magessi "foi decisão do PPS" e não comentou a participação da deputada, que não compareceu à sessão desta quarta-feira.

O ponto de partida da investigação dos deputados será a suspeita de que ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) foram grampeados, mas Itagiba disse que a CPI terá um trabalho mais amplo, para "desmistificar esse monstro (as escutas telefônicas)". "Temos que saber quantos mil grampos legais existem no País, quem os autoriza e por quê. E vamos saber se quem autoriza também fiscaliza", afirmou Itagiba. O deputado disse que também serão investigados os vazamentos das escutas autorizadas pela Justiça e os grampos ilegais.

Voltar ao topo