Alunos desocupam reitoria da UFPR

Os estudantes universitários deixaram ontem o prédio da reitoria da Universidade Federal do Paraná (UFPR) da mesma maneira que entraram, de forma pacífica e ordenada. A desocupação do lugar, invadido na manhã de terça-feira, aconteceu sem que qualquer incidente grave fosse registrado.

?Realizar uma ocupação pacífica era uma de nossas prioridades. Fizemos uma limpeza nos locais que utilizamos e estamos deixando o prédio da mesma forma que o encontramos, sem qualquer tipo de depredação. Não causamos nenhum prejuízo ao patrimônio da universidade?, disse o coordenador-geral do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFPR, Érico Massoli.

Os estudantes permaneceram na reitoria por 24 horas. No total, cinqüenta pessoas passaram a noite na sala dos conselhos e no gabinete do reitor Carlos Augusto Moreira Júnior. Para se proteger do frio, os jovens levaram colchonetes e cobertores. Porém, segundo o diretor do DCE, João Paulo Mehl, poucos dormiram. ?Passamos a maior parte da madrugada fazendo avaliações de nosso movimento e elaborando um documento com nossas reivindicações a ser entregue ao governo federal. Na minha opinião, a ocupação foi bastante positiva?, afirmou.

A saída dos estudantes do prédio da reitoria foi apoiada pelos servidores técnico-administrativos da universidade, que estão em greve desde o início da última semana. Eles elogiaram a organização do movimento dos universitários e depois se dirigiram para uma assembléia própria no restaurante universitário (RU). ?Sem quebrar nada, os estudantes conseguiram dialogar com a sociedade e refletir na mídia a mensagem que queriam?, comentou o técnico-administrativo Wilson Messias, que também é integrante do Conselho Universitário da UFPR.

O documento elaborado pelos universitários durante a madrugada deve ser encaminhado ao Ministério da Educação. Nele, os estudantes pedem que 10% do Produto Interno Bruto (PIB) seja investido em educação, que seja garantida autonomia administrativa e de gestão financeira às universidades, que haja paridade nos conselhos universitários e que seja criado um plano nacional de assistência estudantil. 

Voltar ao topo