Alimentação e educação puxam inflação dentro do IGP-10

Três grupos contribuíram para que a inflação no varejo acelerasse de 0,65% para 0,76%, na passagem de dezembro para janeiro, segundo o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). Foram eles: alimentação; educação, leitura e recreação; e despesas diversas. A principal influência, no entanto, partiu do grupo alimentação, que avançou de 0,97% para 1,54%.

“Se dependesse só do grupo alimentação, a alta no varejo seria maior”, analisou o coordenador de Análise Econômica do Ibre/FGV, Salomão Quadros. A variação de preços do grupo reflete a alta das hortaliças e legumes (de -2,61% para 6,45%), que tradicionalmente sobe neste período de chuvas de verão. Entre os alimentos in natura, a maior alta foi do tomate (de -5,93% para 10,29%), seguida da batata inglesa (de -2,28% para 9,77%).

“Há fatores em curso no atacado, que devem amenizar as pressões nos alimentos, como a desaceleração de preços da carne bovina, frango e óleo de soja. É uma questão de tempo. Mas os in natura ainda podem forçar uma alta dos alimentos antes que comecem a perder ritmo”, projetou Quadros.

Já o grupo educação sofreu os efeitos dos reajustes dos cursos formais (de 0% para 2,83%). “Se essa dinâmica de reajuste for mantida, chegaremos ao fim de 30 dias com alta de 8,5%. Até agora, só um terço dos preços foi captado”. Os cursos não formais passaram de 0,22% para 1,10%. E, neste mês, ainda pesou sobre o índice o material escolar (de 0,59% para 1,33%). No grupo despesas diversas, a principal contribuição de alta foi do cigarro (de 1,57% para 5,82%), por causa da tributação.

Em sentido contrário, a habitação puxou para baixo a inflação no varejo, após a retirada do efeito da tarifa de eletricidade residencial, que, em dezembro, havia avançado 2,40%, com o reajuste de preço no Rio de Janeiro, para -0,01%.

Para o próximo mês, “a expectativa é de desaceleração. Tudo indica que os aumentos de ônibus não acontecerão no curto prazo, o que abre uma janela para a desaceleração”, disse Quadros.

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