Alckmin defende que ‘faxina’ seja permanente

O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), uniu-se hoje ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) na defesa de que a “faxina” promovida pela presidente Dilma Rousseff no governo federal seja permanente e sem tolerância com o malfeito. O tucano, que nas últimas semanas tem estado mais próximo da presidente, pregou que mudanças na esfera pública, por conta de indícios de corrupção, sejam permanentes e em todos os níveis de governo.

“A faxina é interminável, é um trabalho permanente que tem de ser feito em todos os níveis de governo”, afirmou. “E não ter nenhuma tolerância com malfeito, com desperdício, com desvio de dinheiro público”, acrescentou. O governador avaliou que a “faxina” deve ser uma tarefa cotidiana, na busca de uma maior eficiência da máquina pública. “É melhorar o custo-benefício, fazer mais e melhor com o dinheiro da população”, salientou, após participar do Seminário RespirAR, na capital paulista.

A defesa feita pelo governador de São Paulo, que vinha evitando nas últimas semanas se manifestar sobre a crise que assola o Palácio do Planalto, foi adotada também pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC), na última terça-feira, 23. O tucano, que vinha elogiando nos bastidores a condução da presidente nos recentes escândalos de corrupção, pregou a ampliação pelo governo federal das mudanças promovidas na máquina pública.

A declaração do ex-presidente foi feita após a postura do tucano em relação à petista ter causado desconforto entre lideranças do PSDB, as quais vem defendendo a criação de uma CPI da Corrupção, para investigar as recentes denúncias de irregularidades na administração federal. Os elogios do governador de São Paulo à presidente, em evento na semana passada, no Palácio dos Bandeirantes, também não agradaram a alguns dirigentes tucanos, que vêm cobrando do governador uma postura mais dura em relação ao governo federal.

Em solenidade ontem, em Brasília, a presidente afirmou que a “faxina” promovida na Esplanada dos Ministérios não é a meta de sua administração, mas garantiu que tomará providências diante de malfeitos. A declaração da petista foi entendida por membros do Congresso Nacional como uma indicação de que as demissões estão perto do fim, o que não agradou a parlamentares da oposição.