Alckmin admite que campanha errou debater privatização

O candidato da coligação PSDB-PFL à Presidência da República, Geraldo Alckmin, admitiu que sua campanha errou ao entrar no debate sobre as privatizações. Em sabatina realizada nesta quinta-feira (19) pelo jornal Folha de S. Paulo, ele destacou: "Eu acho até que nós erramos no seguinte sentido: eu fiquei indignado com a mentira. Acabamos embarcando neste debate, não pelo mérito, mas pela mentira reiterada.

O tucano defendeu as privatizações que foram realizadas na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. "O que foi feito é correto.

E, em seguida, respondeu, mais uma vez, aos ataques dos adversários, de que, se eleito, pretende privatizar o Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, Correios e Petrobras. "É óbvio que não passa na cabeça de ninguém (privatizar estas estatais) e isso não está no meu programa.

Em rápida entrevista coletiva que concedeu após a sabatina, o tucano foi mais cauteloso e evitou admitir que sua campanha errou, ao se pautar pelo discurso do adversário, o presidente e candidato à reeleição pelo PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Disse apenas que optou pelo debate por causa da mentira reiterada da campanha petista. E atacou: "Foi montado no Palácio do Planalto a Mentirobras.

Ainda na sabatina, Alckmin ironizou os elogios que o presidente Lula fez ao governador eleito de São Paulo, o também tucano José Serra. "Isso é mais velho que história de carochinha. É um oportunismo.

Ele fez questão de descartar que José Serra não esteja defendendo sua campanha, ao poupar o presidente Lula de críticas diretas. "Isso não está ocorrendo. Ontem mesmo, no evento da Força Sindical, Serra fez duras críticas a Lula e ao seu governo", justificou.

O presidenciável respondeu também sobre o envolvimento do nome do senador tucano Eduardo Azeredo (MG), ex-presidente nacional do PSDB, com o esquema de financiamento ilegal de campanhas do empresário Marcos Valério, em 1998. Questionado se a não-punição do senador pela legenda pode ter motivado a falta de empenho para punir envolvidos de outras legendas, como o PT, cuja maioria foi absolvida pelo Congresso, Alckmin declarou: "O Eduardo Azeredo é quem vai responder por isso." E, em seguida, admitiu que o próprio senador deveria ter tomado a iniciativa de ter saído da legenda.

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