Agricultura será principal tema do debate na OMC

Brasília ? Depois de causar o fracasso das negociações em Cancún no ano passado, o tema agrícola volta à Organização Mundial de Comércio (OMC). ?O cerne do debate é o comércio internacional de itens agrícolas, portanto, uma vez resolvido o assunto, é possível se resolver os outros temas já no ano que vem?, prevê Clodoaldo Hugueney Filho, subsecretário de assuntos econômicos e tecnológicos do Ministério das Relações Exteriores.

O atual ciclo de discussão sobre comércio multilateral na OMC foi lançado em Doha, capital do Catar, em 2001. A rodada de Doha, como foi apelidada, terminará no próximo ano e tem a agricultura como um dos principais itens de inflexão. Na semana passada, Hugueney esteve à frente da equipe de negociadores do G20 ? grupo de países em desenvolvimento que são exportadores agrícolas e pedem regras mais justas no mercado mundial ? durante a primeira reunião depois de oito meses de impasse sobre a agricultura.

?Os países ricos sinalizam pelo fim dos extorsivos incentivos aos exportadores ?, afirma Hugueney hoje, numa avaliação do que foi conversado em Genebra nos últimos dias. A expectativa é de que até julho esteja pronta a moldura do acordo agrícola, apesar de ainda não haver previsão de quando os exportadores poderiam deixar de receber os incentivos.

O ministro Celso Amorim comentou a coesão do G20, liderado atualmente pelo Brasil. ?O G20 está absolutamente fortalecido, não há qualquer sombra de divisão ? não somos apenas um interlocutor indispensável como também um fator de aglutinação?, avalia. No dia 19 de março, Amorim concedeu entrevista em Londres, na qual se disse “animado” com os sinais que Estados Unidos e União Européia davam na OMC sobre o fim dos subsídios agrícolas.

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