Salvador – A denúncia do procurador-geral da República, Antônio Fernando Souza, contra os envolvidos do chamado "mensalão", era esperada pelo publicitário Duda Mendonça conforme afirmou hoje, em Salvador, o advogado dele, Tales Castelo Branco. "Já era esperado, pois se trata de uma conseqüência inevitável da própria confissão que ele havia feito na CPMI (Comissão Parlamentar de Inquérito Mista dos Correios)", disse.
Duda Mendonça foi acusado por Souza de "lavagem de dinheiro" e de manter conta no exterior sem declarar ao Imposto de Renda (IR). "No momento oportuno, vamos demonstrar que não houve lavagem de dinheiro, e aí haverá a necessidade de fazer-se uma defesa técnica perante o Supremo Tribunal Federal (STF)", declarou Castelo Branco, que prepara a defesa preliminar requerida pelo STF, a ser encaminhada num prazo de 15 dias. Com escritório na capital paulista, ele afirmou que, no feriado da Semana Santa, estudará a peça de acusação numa praia da Bahia. "Esse sol vai me ajudar", brincou. Castelo Branco informou que o publicitário viajou para a fazenda dele no Pará.
O advogado de Duda Mendonça disse não ter dúvidas que o Supremo Tribunal acatará a denúncia, pois isso é praxe, e elogiou o trabalho de Souza, qualificado de "criterioso" por ter o separado "de toda a organização criminosa aludida na denúncia" "Ele (Duda Mendonça) não foi denunciado por formação de quadrilha, só por manter conta no exterior sem o preenchimento de exigências legais e acusado de lavagem de dinheiro", disse, admitindo que a acusação de manter conta no exterior é correta, mas a de lavagem, não, como pretende provar no Supremo. "Duda recebeu dinheiro do seu trabalho no exterior por ter sido uma condição imposta (pelo empresário Marcos Valério Fernandes de Souza) e ele aceitou, já tendo regularizado a situação com o Fisco, pagando o tributo."