Acidentes de caminhões em estradas custam R$ 7,35 bi

Os custos causados pelos cerca de 200 mil acidentes com caminhões nas estradas brasileiras no ano passado chegaram a pelo menos R$ 7,350 bilhões e deixaram 34 mil mortos, segundo pesquisa do Centro de Estudos de Logística (CEL) da Coppead/UFRJ. As perdas materiais contabilizadas na pesquisa foram de R$ 2,150 bilhões, constituindo-se de carga (R$ 1,740 bilhão) e de danos aos veículos (R$ 410 milhões). Os maiores custos estão com as perdas humanas, que somam R$ 4,750 bilhões, de acordo com a metodologia da pesquisa, que incluiu a ausência de rendimentos da vítimas de acidentes (R$ 3,6 bilhões) e os gastos hospitalares (R$ 1,150 bilhão). Outros custos, como despesas judiciais, estão estimados em R$ 450 milhões.

Além desses, há outros itens que não foram incluídos no trabalho como perdas psicológicas, explica o diretor do CEL, Paulo Fernando Fleury, em entrevista após apresentar o estudo na abertura do XII Fórum Internacional de Logística, que está sendo realizado no Rio de hoje a quarta-feira. "Os acidentes têm um custo imensurável para as empresas, que é o de não entregar a carga no prazo contratado, o que pode até parar a linha de produção do cliente", disse Fleury, ao explicar que os custos pelos acidentes são até maiores do que as do universo abrangido pela pesquisa.

A maior parte das perdas contabilizadas recai sobre o governo na forma de gastos do Sistema Único de Saúde (SUS) e benefícios previdenciários como auxílio-acidente, pensão por morte e aposentadoria por invalidez. O que se gasta com isso é mais do que o que o governo investe nas estradas. Segundo Fleury, o problema é agravado pela forma como o governo investe. "Não adianta recuperar estrada e não colocar sinalização e nem fiscalização. Em vez de diminuir, o número de acidentes aumenta" afirmou, com base nos dados da Polícia Rodoviária Federal e de empresas de gestão de risco de acidentes, que foram utilizados pelo CEL.

O trabalho vai contra a crença de que os buracos nas estradas e caminhões em más condições de uso sejam os maiores responsáveis pelos acidentes. "Quanto melhor a conservação das vias, maior é o número de acidentes", afirmou. De acordo com Fleury, "em 89% das vezes, o problema não foi causado pela manutenção do veículo mas por falha humana", disse. Há também mais acidentes em Estados de PIB mais alto. Os campeões são: Minas Gerais (18% dos acidentes com caminhões e 20% das mortes em acidentes); São Paulo (11% dos acidentes e 6% das mortes); Santa Catarina (10% de acidentes e 10% das mortes) e Rio de Janeiro (8% dos acidentes e 6% das mortes).

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