O ex-deputado federal e presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, afirmou, nesta terça-feira, em Brasília, que decidiu abrir mão de seu mandato para não sofrer mais "chantagens" do deputado federal Roberto Jefferson (PTB-RJ) e para defender o PL.
No início de seu depoimento à CPI do Mensalão, ele disse que foi obrigado a fazer uma escolha entre a presidência da legenda e seu mandato, pois, se permanecesse nos dois postos, qualquer ato que ele fizesse em defesa da legenda poderia dar a impressão de que estaria tentando salvar seu mandato.
"Se permanecesse na lista (dos acusados de Jefferson), eu não poderia defender o meu partido. Era uma escolha entre a presidência do PL e o meu mandato. Se eu deixasse a presidência do PL, era como se estivesse admitindo uma culpa que nós não tivemos e que eu vou provar aqui", comentou. "São processos incompatíveis. Então decidi abrir mão do meu mandato para não sofrer mais as chantagens do Roberto Jefferson", acrescentou.
Costa Neto faz parte da lista de acusados, de Jefferson, de terem sido beneficiários do suposto esquema de pagamento de "mensalão", por parte do PT, a parlamentares do PP e PL. Por conta das denúncias de envolvimento em corrupção, o deputado renunciou ao mandato no início de agosto.
Depois disso, em entrevista à revista Época, concedeu declarações explosivas de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sabia da negociação de recursos ilegais de campanha entre o PL e PT, fato negado pela Presidência da República.