A extensão da confiança

Os principais indicadores da economia brasileira em 2007 confirmaram todas as perspectivas otimistas quanto ao crescimento sustentado. A convicção se fortaleceu ainda mais com os números relativos ao mês de janeiro, sobretudo no resultado do superávit primário apurado pelo Banco Central (R$ 18,662 bilhões), o maior valor para o mês desde janeiro de 1990, quando o acompanhamento estatístico foi iniciado.

Nos últimos 12 meses o resultado acumulado subiu de 3,98% para 4,15% do Produto Interno Bruto (PIB), representado pelo total das riquezas produzidas no País no período de um ano. A meta anual estabelecida pelo governo para o superávit era de 3,8% do PIB.

Três instâncias governamentais (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social) apresentaram em janeiro o apreciável saldo positivo de R$ 16,7 bilhões, melhor expressado pelo percentual de 41% de crescimento em comparação com igual período de 2007 e, enfim, contribuindo de maneira exponencial para a contenção de despesas.

A arrecadação federal durante janeiro cresceu 20% em números reais em relação ao resultado alcançado em janeiro do ano passado, embora os analistas argumentem que a não-aprovação do orçamento de 2008 tenha engessado alguns gastos previstos. Os governos regionais (estados e municípios) entraram no bolo com um superávit de R$ 3,5 bilhões. Houve, porém, uma queda de 7% em relação aos números alcançados há um ano.

Para Altamir Lopes, chefe do Departamento Econômico do Banco Central, o superávit primário de janeiro comprova que o governo se esforça para obter resultados positivos nos primeiros meses do exercício. Contudo, não se pode afirmar com certeza que o índice de crescimento será mantido até o final do ano. Segundo Lopes, o natural é que ao longo do ano o superávit primário permaneça em torno da meta de 3,8%.

O governo desembolsou em janeiro no pagamento de juros da dívida pública, R$ 13,131 bilhões, mas como o superávit chegou a R$ 18,662 bilhões houve udma sobra nominal de R$ 5,531 bilhões. A constatação realista, entrementes, continua a ser uma preocupação, porquanto o total acumulado da economia de gastos em 12 meses ainda não é suficiente para cobrir a extensão da conta de juros do setor público. 

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