Título de Musa do Verão abriu portas para carreira de atriz

Com menos de duas semanas no ar, Andréa Leal logo chamou a atenção dos sempre atentos editores da “Playboy”. Como se não bastasse a bela silhueta – atestada pelos 56 kg harmoniosamente distribuídos em 1,72 m de altura -, a atriz ainda causa alvoroço por causa da personagem que interpreta em “Kubanacan”. Na trama de Carlos Lombardi, a carioca de 24 anos empresta sua beleza para Celeste, uma pescadora simples, ingênua e… virgem.

Tal e qual Edwiges, personagem de Carolina Dieckmann em “Mulheres Apaixonadas”, Celeste também reluta em se entregar a qualquer rapaz. “Agradeci o convite, mas expliquei que minha prioridade no momento é o trabalho. Não quero ficar conhecida apenas pelo corpo bonito”, garante ela, repetindo a desculpa de nove entre dez aspirantes a atriz.

Mas essa não é a primeira vez que Andréa Leal desperta o interesse da mídia. Em 98, ela tinha acabado de voltar de uma viagem de três anos à Suíça quando foi matar saudade da Praia da Barra, no Rio. Depois de um revigorante mergulho, ela foi eleita Musa do Verão pela revista “Domingo”, do “Jornal do Brasil”. Mesmo resistindo ao pomposo título de musa da estação com um encabulado “Musa, eu?! Tem muita menina por aí mais bonita que eu…”, ela admite que aquela eleição foi decisiva na sua carreira. Afinal, foi graças a ela que Ricardo Waddington convidou Andréa para fazer “Corpo Dourado”, de Antônio Calmon. “Desde pequena, sempre sonhei em ser atriz. Mas achava um sonho distante, inatingível. Mas se era isso que eu queria, por que não arriscar?”, pondera.

E ela arriscou. O primeiro papel na tevê, o da deficiente auditiva Letícia, até que não foi dos mais fáceis. Para não fazer feio, recorreu a uma fonoaudióloga para aprender a linguagem dos sinais. “Não podia fazer de qualquer jeito se não o pessoal ia cair em cima. Ator sempre corre esse risco, não é?”, reconhece. Assim que terminou de gravar a novela, Andréa Leal tomou uma importante resolução: se matricularia na CAL, Casa das Artes de Laranjeiras, uma das mais conceituadas escolas de interpretação do Rio. Como o curso tem três anos de duração, ela praticamente desapareceu da mídia. “Era um risco que eu tinha de correr. Além do mais, para ser ator não tem idade”, raciocina Andréa.

A volta à tevê, já com o registro profissional em mãos, não tardou a acontecer. Ano passado, Andréa atuou em “Malhação” como Luciana, uma garota saliente que fazia de tudo para atrapalhar o romance de Robson e Drica, personagens de Dado Dolabella e Gisele Frade. Mais recentemente, ela recebeu outro telefonema convidando para um teste em “Kubanacan”. Os cabelos longos e a pele morena credenciavam-na para integrar o núcleo de pescadores da novela das sete. Como já aconteceu com Esteban e Enrico, interpretados por Marcos Pasquim e Vladimir Brichta, Andréa torce para que Celeste também troque a quietude da aldeia de pescadores pela agitada vida urbana em “Kubanacan”. “Adoraria que a Celeste se apaixonasse por alguém. Pode ser alguém que a faça feliz ou alguém que só queira se aproveitar dela”, sugere.

Independentemente dos rumos da personagem, Andréa se dá por satisfeita só por estar no ar novamente. Para consolidar seu espaço na tevê, ela faz questão de assistir a todos os capítulos de “Kubanacan”. Quando não está em casa, pede para alguém da família programar o videocassete. “Tem sempre uma coisinha ou outra que eu quero mudar. Nunca acho que meu desempenho está 100% legal”, avalia. Perfeccionismo à parte, Andréa não se arrepende dos convites que deixou de aceitar. Nem do pouco tempo que sobra para curtir a mocidade. “A maioria dos jovens atores pensa que a nossa profissão é um grande oba-oba. Mas isso não é verdade. Levo minha carreira muito à sério”, orgulha-se.

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