Rodrigo Santoro diz estar tranqüilo

Rodrigo Santoro vive um momento de tranqüilidade. O ator, que volta à televisão na microssérie Hoje é dia de Maria, que estréia no dia 11 de janeiro, não lembra nem um pouco o tempo em que não sabia lidar com o assédio da imprensa.

– Sou uma pessoa tranqüila, não sou nervosinho nem estressado. Com o tempo aprendi a conviver com tudo isso, mas foi difícil, pois receber um movimento muito intenso em cima de você é complicado para uma pessoa normal – afirma o ator, que na microssérie dirigida por Luiz Fernando Carvalho vive o homem-pássaro Amado, ou seja, Rodrigo só aparece em carne e osso nos momentos em que encarna o homem. A ave é representada por uma marionete manipulada pelo grupo de bonecos Giramundo.

– É tudo muito simbólico, antes de ser um pássaro ele é uma marionete, estamos trabalhando com a imaginação. O pássaro é tido como o símbolo do espírito, de algo que está em outro plano, enquanto o Amado é um homem que encarna pelo profundo desejo de viver carnalmente esse amor prometido com a Maria (Letícia Sabatel-la). O pássaro fala das estrelas, de alguém que teve essa outra vivência. Já o homem traz a precariedade do ser humano. São os conflitos internos que temos a cada segundo – explica.

Para dar conta do complexo papel, Santoro foi submetido a uma intensa preparação desde agosto, que incluiu aulas de voz, canto, expressão corporal e muita pesquisa. Aliás, o ator vai mostrar mais uma vez seus dotes musicais: ele, que soltou a voz no filme "A dona da história", vai cantar Villa-Lobos neste trabalho.

– Não sei como ficou o resultado dessa parte do canto, não tenho a mínima idéia do que foi editado. Mas quero deixar claro que o mais importante não era o canto em si, mas a emoção que tinha que ser passada na cena. Eu quase disse a música, não é bem cantando não. Não é um musical da Broadway – avisa. Com cinco quilos a menos e de cabelos mais longos, Santoro explica a transformação.

– Isso aconteceu naturalmente, estou pesando 74 quilos, até porque gravamos numa tenda muito quente e transpiro muito, tive um trabalho físico muito intenso. Também tenho feito bastante yoga – diz.

Ator pretende fazer teatro

Depois de participar dos filmes estrangeiros As panteras 2 – Detonando e Simplesmente amor, o carioca de 29 anos tem planos de ficar no Brasil. Em janeiro, ele roda Desafinados, de Walter Lima Jr, em que vive também um músico, e ainda tem um projeto de encarar os palcos ao lado do veterano Paulo Autran.

– Tenho onze anos de carreira e fiz pouco teatro porque foi um rumo que a vida tomou mesmo: comecei emendando um trabalho de TV atrás do outro e depois tive a oportunidade de fazer cinema. Tenho um projeto que ainda está no papel de uma peça com o Autran. O teatro ainda não aconteceu, mas vai acontecer – revela o ator, acrescentando que não se arrepende de nenhum personagem.

Não me arrependo de nenhum trabalho, curti todos e tive sorte de ter me deparado com boas oportunidades. A gente nunca tem certeza de nada, acho que isso é bom porque ajuda o ator, pois quando se está certo do que se está fazendo a possibilidade do erro é muito grande. Não sinto uma insegurança propriamente dita, mas um sentimento de desafio a cada trabalho – pondera o ator, que desmentiu sua participação no projeto de TV do filme Carandiru, em que fez o travesti Lady Di.

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