Agressão

Repórter da Globo é atacada durante link ao vivo

Três homens atacaram a repórter da TV Globo Monalisa Perrone, nesta segunda-feira (31), enquanto ela fazia uma participação ao vivo no Jornal Hoje. Monalisa foi empurrada e caiu. Ela estava na frente do Hospital Sírio-Libanês com informações sobre o primeiro dia de tratamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Quando o sinal abriu, e a repórter começou a falar, o trio correu em sua direção aos gritos e atropelando a profissional. Um deles ainda disse: “estão me derrubando aqui”, enquanto outro apontava o dedo para a câmera.

Imediatamente, a TV Globo interrompeu o link e voltou para o estúdio com a reação indignada dos apresentadores na bancada do jornal. “Infelizmente, nós vemos que a Monalisa Perrone foi interrompida, por quem a gente não sabe”, disse Evaristo Costa. “Que deselegante!”, afirmou Sandra Annenberg.

Ainda durante o programa, Monalisa voltou ao ar ao lado do colega José Roberto Burnier, anunciando que estava abalada e que ele assumiria a cobertura. “Levei um susto enorme, estou tremendo, nem sei se consigo falar direito. Em 20 anos de profissão, isso nunca me aconteceu. Mas, enfim, televisão ao vivo é isso”, disse a jornalista, acrescentando que estava bem.

O mesmo grupo também promoveu um ataque ao repórter José Roberto Burnier, no sábado, enquanto ele falava ao vivo, no Jornal Nacional, sobre a saúde do ex-presidente Lula. Veja os dois vídeos:

Leia a a nota da Associação Brasileira de Imprensa:

A ABI (Associação Brasileira de Imprensa) de São Paulo, estarrecida com o ato de vandalismo contra a jornalista Monalisa Perrone durante sua participação ao vivo no Jornal Hoje, vem prestar solidariedade à jornalista e à direção de jornalismo da Globo, num momento tão delicado onde vândalos agridem a liberdade de imprensa e o trabalho do jornalista.

Jamais, em tempo algum, ato de agressão física é aceito por qualquer motivo que seja. Debates e diferenças de ideias devem ser mostradas em discussões civilazadas e com o mínimo de dignidade.

O ato de agredir publicamente um jornalista no desempenho de sua profissão e no desempenho da informação livre ao povo é o mais baixo de todos os atos, que deve ser punido como tortura contra a pessoa, que foi o que realmente aconteceu, além de ameaça direta e pública contra o povo livre.

A ABI já viveu momentos de defesa da liberdade de imprensa contra as torturas e ameaças de violência contra a liberdade de ideias nos momentos mais triste do Brasil.

Exatamente por isto não podemos deixar de passar este momento de agressão à mídia e à imprensa sem prestarmos solidariedade à Rede Globo e repulsa a todos aqueles que agridem moral e fisicamente a liberdade.

Rodolfo Konder e James Akel