Público do Mix Brasil aclama ‘Cláudia’ e ‘Dzi Croquettes’

A sala estava cheia e o público, além de multicolorido, era ruidoso – nada mais de acordo com o espírito da festa, a cerimônia de encerramento da 17ª edição do Mix Brasil, domingo à noite, no CineSesc, em São Paulo. Criador do Festival do Cinema de Diversidade Sexual, André Fischer assinalou os percalços e os ganhos. O festival deste ano não apenas perdeu o patrocínio da Petrobras como começou a ser preparado em plena crise internacional. Perdeu salas, mas manteve o público.

Ao anunciar o prêmio de interpretação, disse que o Mix não premia atores nem atrizes, separadamente, “porque as coisas aqui são meio emboladas”. O prêmio de interpretação foi para os atores de “Professor Godoy”, de Gui Ashcar, que também recebeu o prêmio de roteiro atribuído pelo júri internacional e o de melhor curta nacional, do público. A mostra competitiva contempla a categoria curtas nacionais, embora o Mix Brasil também atribua o troféu de melhor longa, categorias ficção e documentário, atribuídos pelo público.

O melhor longa de ficção foi o espanhol “Ander”, de Roberto Castón. O de melhor documentário foi dividido entre duas produções brasileiras – “Dzi Croquettes”, de Tatiana Issa e Raphael Alvarez, e “Meu Amigo Cláudia”, de Dácio Pinheiro, sobre Cláudia Wonder, ícone travesti da cena paulistana dos anos 1980. Cláudia se expõe – fala da descoberta da sexualidade, da militância política (por direitos e conscientização de homossexuais, especialmente vítimas de aids) e até cinema pornô, que praticou. O júri outorgou o troféu Coelho de Ouro, para o melhor curta brasileiro, a “Garoto de Aluguel”, de Tarcisio Lara Puiati. O prêmio de direção foi para Eduarda Goter, por “Na Madrugada”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.