‘Primeiro Musical a Gente Nunca Esquece’ une jingles marcantes e musicais

Dora é apaixonada por musicais, enquanto Franco, publicitário, é fissurado por jingles. A vida do casal correria bem se ele não se revelasse ser um maluco pelo que faz, a ponto de não perceber o que se passa à sua volta – especialmente a presença da própria mulher. “Para salvar o casamento, Dora, até então pacata e romântica, toma uma atitude amalucada, unindo canções de musicais clássicos com jingles históricos para, enfim, chamar atenção do marido”, comenta a atriz Amanda Acosta, que vive a protagonista de O Primeiro Musical a Gente Nunca Esquece, novo espetáculo da Aventura Entretenimento que estreia quinta-feira, 29, no Theatro NET.

A ideia original nasceu com outro propósito. “Fui convidado pela Aventura para criar algumas cenas que unissem musicais e jingles. Elas seriam exibidas ao mercado publicitário a fim de reforçar a imagem valorativa desse tipo de espetáculo”, conta o autor e diretor Rodrigo Nogueira, que exibe, em seu currículo, Rock in Rio – O Musical e Chacrinha – O Musical. “Logo que comecei a trabalhar no assunto, notei ali um ótimo conteúdo para ser mostrado também ao público.”

De fato, Nogueira se debruçou sobre um grande e desafiante projeto: fundir as canções de propagandas marcantes, como Varig, Cobertores Parahyba, Valisère e Antarctica, com standards de musicais clássicos como Mágico de Oz, Noviça Rebelde e Sweet Charity. “Em um primeiro momento, o espectador vai descobrir algo familiar, seja na melodia ou na letra”, conta Rodrigo que, além de criar três músicas para a história, contou com a decisiva participação do compositor e pianista Tony Lucchesi na fusão do material original.

O diretor teve também o auxílio do publicitário Washington Olivetto, que assina a consultoria criativa do espetáculo, cujo título presta uma homenagem a uma de suas criações mais premiadas e lembradas da história, a propaganda da Valisère sobre o primeiro sutiã, lançada em 1987.

Bem cercado fora do palco, Nogueira precisava de um elenco que desse credibilidade às loucuras exibidas em cena. “Precisávamos de nomes que coubessem perfeitamente em cada personagem, que cantassem e dançassem muito”, afirma ele que, apesar da demora na definição do elenco, reuniu um grupo eficiente. Uma das principais atrizes de musical do Brasil, Amanda Acosta participou de clássicos como My Fair Lady e dos recentes Vingança e Bilac Vê Estrelas. Já Franco é vivido por outro ator experiente, Marcelo Várzea, soma importante participação em espetáculos como Rock in Rio e Cazuza.

O ator, aliás, tem um ponto em comum com o personagem: muitos comerciais no currículo. “Fiz mais de 150 propagandas nos anos 1990. Um bem marcante da minha carreira foi o garçom da Bavaria e outra para Telelistas, do Rio de Janeiro”, lembra Várzea. E, ao redor de Dora e Franco, transitam outros personagens, como a vizinha Madalena (Bia Montez), que se revela a confidente de Dora, e seu neto Leo (Hugo Kerth), adolescente cuja descoberta sexual será uma das surpresas do musical. Para completar, Eliseo (Reiner Tenente), publicitário, sócio e grande amigo de Franco.

Madalena e Eliseo são responsáveis pelos grandes momentos de humor do espetáculo – enquanto ela não tem pudor quanto ao sexo, ele é um homem conservador, avesso à modernidades como celular (prefere ainda enviar cartas). “Madalena é uma mulher mais velha, mas que tem uma cabeça muito moderna, muito diferente da sua idade. Ela tenta acordar a Dora para a realidade da vida”, conta Bia, que volta aos musicais depois de 30 anos. “Já Eliseo é um homem centrado, mas muito observador: ele percebe que o casamento do amigo está por um fio”, completa Tenente. Mais jovem do grupo, Kerth, de 24 anos, conta ter descoberto o valor dos jingles antigos. “Vi todos no YouTube e fiquei impressionado com a qualidade artística.”

“É essa perfeita união entre publicidade e musical que o espetáculo quer mostrar”, comenta Luiz Calainho, um dos sócios da Aventura. “Caminho para futuras associações.”

O PRIMEIRO MUSICAL A GENTE NUNCA ESQUECE

Theatro NET SP. Rua Olimpíadas, 360. 5ª e 6ª, 21h. Sáb., 21h30. Dom., 20h. R$ 50/R$ 150.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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