Troca de acusações

Grupo de artistas reclama de produtora. Empresa contesta versão e diz que está tudo ‘nos conformes’

Foto: Reprodução/Facebook
Foto: Reprodução/Facebook

Apesar de encantar centenas de adultos e crianças ao longo de dois meses, o espetáculo Alice – A Wonderland Adventure, que ficou em cartaz em um shopping de Curitiba de 5 de junho a 5 de agosto, deixou um gostinho amargo para os artistas envolvidos no evento. Em postagem publicada no Facebook nesta quinta-feira (23), o grupo afirmou que a empresa responsável pela contratação deles para realização do espetáculo, a Seven Entretenimento, não realizou o pagamento integral dos valores que constavam no contrato assinado entre as partes, retendo parte do cachê que seria pago ao final da temporada. A informação é contestada pela produtora, que se manifestou em nota.

Em entrevista à Tribuna do Paraná, o ator Luiz Bertazzo, um dos integrantes do grupo, contou que a empresa alegou que a equipe, composta por cinco artistas, teria danificado os microfones alugados para a apresentação, e que faria a retenção de parte dos valores devidos até que a questão dos equipamentos fosse averiguada corretamente. “Além de efetuarem o pagamento atrasado, dez dias depois de o evento terminar, em nenhum momento eles informaram que não pagariam os valores de forma integral. Quando perguntamos o que tinha acontecido é que disseram que parte do pagamento ficaria retido porque havia um problema com os microfones”, contou. A nota da empresa não cita se há algo relacionado aos equipamentos.

Bertazzo ainda afirma que a equipe, de maneira alguma, fez mau uso dos equipamentos alugados para o espetáculo e que, por terem cumprido o trabalho para o qual foram contratados, os artistas exigem que o pagamento seja integral. “O contrato dizia que nós tínhamos que zelar pelo material cedido para utilização no espetáculo e foi isso que fizemos”, explicou o ator.

Ele ainda avaliou que, se houve de fato um desgaste do microfone, pode ser que isso tenha acontecido devido à extensa carga horária a qual o equipamento foi submetido durante a temporada – segundo ele, durante o período em que o espetáculo esteve em cartaz, a equipe trabalhou de terça a domingo, das 14h às 22h, em oito apresentações por dia, totalizando 432 sessões. “Ainda assim, nós não temos conhecimento de que isso tenha acontecido mesmo, pois os microfones não apresentaram defeitos durante as apresentações e todos os dias eles eram recolhidos após a última sessão”, afirmou.

A advogada do grupo, Andressa Ramos dos Santos, ainda diz que todas essas informações foram prestadas de forma extraoficial, “de boca”. “O único documento que recebemos da parte deles foi um e-mail exigindo a retirada da postagem do Facebook. Em nenhum momento, a Seven se manifestou por escrito apresentando a razão do não pagamento integral dos artistas. Inclusive, nós apresentamos uma notificação extrajudicial exigindo o pagamento integral e eles a ignoraram”, disse ela.

Em nota enviada à Tribuna do Paraná, a Seven Entretenimento nega que haja irregularidades no pagamento dos artistas. “Nesta quinta-feira, a Seven foi surpreendida com uma postagem no Facebook, cujo conteúdo é ofensivo e não corresponde aos fatos. A relação comercial havida entre a Seven e o emitente foi normalmente realizada e finalizada”. A produtora ainda afirmou que “eventual dúvida ou desconformidade tida pelo emitente, embora inexistente, poderia e deveria ser resolvida pela via do salutar diálogo comercial e pelos meios próprios”. No entanto, Bertazzo disse que o grupo tentou resolver de forma amigável anteriormente, e não conseguiu.

Confira a íntegra da nota da Seven Entretenimento

A Seven é uma das principais empresas de entretenimento e marketing cultural do sul do Brasil.

Na data de hoje, 23/08/2018, a Seven foi surpreendida com uma postagem na página do Facebook de Pablito Kucarz do Prado. O conteúdo dessa postagem e a interpretação unilateral emanada de seu emitente é ofensivo e não corresponde aos fatos. A relação comercial havida entre a Seven e o emitente foi normalmente realizada e finalizada. Eventual dúvida ou desconformidade tida pelo emitente, embora inexistente, poderia e deveria ser resolvida pela via do salutar diálogo comercial e pelos meios próprios, sempre com adstrição às partes envolvidas.

O direito brasileiro garante a livre manifestação, mas todo direito tem limites. O emitente decidiu por dar publicidade à sua opinião e, pior, decidiu por publicar ofensas indevidas e desnecessárias.

A Seven não atuará da mesma forma. A Seven determinou a realização das providências jurídicas que o caso requer, ao mesmo tempo que aguarda a retratação do emitente.

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