Peter Frampton, dinossauro dos anos 70s

O cantor e guitarrista inglês Peter Frampton fez discos, nos anos 70, que venderam mais de 25 milhões de cópias – caso de Frampton Comes Alive! . Tocou com George Harrison em seu disco solo All things Must Pass e fazia 200 shows por ano nos Estados Unidos. Era cobiçado pelas mulheres e invejado pelos astros de sua época.

Mas o tempo passou e hoje Frampton já não é mais o mesmo sujeito que arrancava gritinhos das fãs ao primeiro acorde de Baby, I Love Your Way. Como é envelhecer nesse negócio do rock-and-roll? “Não é tão mal. Pelo menos agora, em vez de ficarem olhando para mim, eles vêm aos shows e prestam atenção na música”, diz Peter Frampton, falando por telefone dos Estados Unidos, onde vive.

Cabelos grisalhos (o que sobrou deles), Frampton acaba de lançar um novo álbum, em esquema quase independente, gravado com um time de amigos fiéis (e vizinhos) e em seu estúdio caseiro na sua cidadezinha em Ohio, nos Estados Unidos. Trata-se de Now (lançado no Brasil pela Indie Records, já tem um ano nos Estados Unidos). Na capa do álbum, ele surge numa pose crepuscular, num quarto vazio, dedilhando sua guitarra.

“Não tenho a pretensão de mudar o mundo com a minha música”, diz o guitarrista, que passou por um túnel do tempo (e de gêneros) interminável nos anos 90: tocou com Lynyrd Skynard, Big Mountain, Foreigner. Now mistura solos de guitarra surpreendentes com melodias dejà vu, meio passadistas. É um tipo de pop rock que ficou perdido em algum lugar dos anos 70, que faz pouco sentido hoje em dia. “Você pode achar que minha música é um som de outra época, mas o que é o tempo para a música?”, indaga.

Uma das faixas é uma homenagem a um antigo parceiro, George Harrison. Ele gravou do ex-beatle a faixa While My Guitar Gently Weeps, canção-manifesto de Harrison. Apesar de ter participado de um disco do ex-beatle, ele conta que nunca foram amigos de fato e que só o viu poucas vezes na vida. “Quando soube que ele estava muito doente, eu comecei a tocar essa canção no final dos meus shows. O público gostava muito, era sempre um momento apoteótico. Então, resolvi gravá-la. É um tributo, mas também uma reverência aos fãs”, ele contou.

Voltar ao topo